Ludovic de Saint Sernin é o novo diretor criativo da Ann Demeulemeester

A Ann Demeulemeester dá início a um novo capítulo. A marca de prêt-à-porter fundada em 1985 pela criadora belga homónima anuncia a chegada à direção artística do jovem designer francês Ludovic de Saint Sernin, que se afirmou nos últimos cinco anos com o seu estilo sensual e um erostismo descomplexado. Uma nomeação ousada para a casa, que é mais conhecida por seu visual minimalista dark.

Uma amostra deste encontro entre dois universos aparentemente distantes, mas que se cruzam em vários pontos, como um certo dandismo e uma estética andrógena, é-nos oferecida através da publicação de uma série de fotografias captadas por Willy Vanderperre e estilizadas por Olivier Rizzo. Nelas, Ludovic de Saint Sernin aparece com peças do arquivo de Ann Demeulemeester, que reinterpreta com a sua visão de uma moda muito mais sexualizada.

Adquirida em setembro de 2020 pelo empresário e retalhista milanês Claudio Antonioli, a marca Ann Demeulemeester voltou a desfilar em Paris em outubro de 2021, apresentando coleções desenhadas por uma equipa de estilo interna. A primeira coleção assinada por Ludovic de Saint Sernin, para o outono-inverno 2023/24, será apresentada no próximo mês de março durante a Semana da Moda Feminina de Paris, informou a marca em comunicado, sem adiantar mais sobre o seu papel.

Nascido em Bruxelas, o estilista de 31 anos cresceu em França. Finalista do Prémio LVMH 2018 e vencedor no mesmo ano do prémio de marca criativa concedido pela Andam, formou-se em design de moda pela Ecole Duperré. Posteriormente, passou pela Saint Laurent antes de ingressar na Balmain e lançar a sua própria linha para homem em 2017, que depois se expandiu para o segmento feminino. Ludovic de Saint Sernin, que antes se dividia entre Paris e Londres, mudou-se recentemente para Milão.

Para a Ann Demeulemeester, este recrutamento marca um ponto de viragem. Membro do famoso círculo dos Seis de Antuérpia, os seis alunos da Academia de Belas Artes de Antuérpia da turma de 1981, conhecidos pela sua estética vanguardista, a criadora sempre foi fiel à sua visão, alimentando as suas criações com experimentação e, acima de tudo, com trabalhos de construção sofisticada. Quando se reformou em 2013, entregando a sua maison à empresária Anne Chapelle, passou o testemunho a Sébastien Meunier, que já trabalhava consigo há três anos e assumiu o cargo trabalhando na continuidade criativa.

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