Helena OSORIO
11 de jan. de 2022
Luxclusif: plataforma de moda de luxo em segunda mão comprada pela Farfetch mais do que dobra equipa em Portugal
Helena OSORIO
11 de jan. de 2022
A Luxclusif – plataforma de revenda de moda de luxo em segunda mão criada em 2012 por dois expatriados portugueses na Ásia e entretanto comprada pela gigante Farfetch – anuncia que, em 2022, “mais do que vai dobrar a equipa em Portugal”, como disse ao jornal económico digital ECO o cofundador e CEO da Luxclusif, Rui Rapazote, que conheceu Guilherme Faria em Xangai e juntos fundaram a plataforma.
A empresa com escritório no Porto, que comemora 10 anos em 2022, vai ultrapassar a centena de funcionários em Portugal ao longo dos próximos meses. A Luxclusif conta também com vários colaboradores em regime flexível noutras localidades portuguesas, como Viana do Castelo, Aveiro ou Coimbra. Começou por ter a equipa nacional dedicada, sobretudo ao ramo da tecnologia, mas atualmente os cerca de 50 profissionais que emprega, cobrem todas as áreas da organização.
“Portugal continua a ser um mercado com ótimos profissionais, onde existe um bom balanço entre pessoas de tecnologia e (outras) com experiência em startups e modelos de negócio em rápida expansão", acrescentou Rapazote ao ECO, lisboeta licenciado em Gestão e Marketing, que já viveu em Portugal, Suécia, China e Filipinas.
Já Guilherme Faria, natural de Coimbra, formou-se em Economia, estabelecendo-se depois no Japão, onde estava a trabalhar quando conheceu Rui Rapazote há cerca de 15 anos. Antes de fundarem a Luxclusif, Faria ainda passou pelos EUA e Itália.
"Por outro lado, ao passarmos a fazer parte do grupo Farfetch, acreditamos que há sinergias importantes em estarmos na mesma localização que as equipas principais do grupo”, reforçou Rapazote.
A plataforma luso-asiática, adquirida pela empresa unicórnio luso-britânica liderada pelo economista portuense José Neves, que se posiciona como um marketplace B2B e como um facilitador na revenda, contabiliza agora um total de cerca de 130 funcionários. Tem presença direta também nas Filipinas, Japão e China, e conta com estruturas operacionais em regime de outsourcing na Estónia e nos Estados Unidos.
De acordo com o Conscious Luxury Trends Report, mais da metade dos clientes da Farfetch comprou ou vendeu artigos em segunda mão em 2020. As estimativas citadas pelo diretor comercial e de sustentabilidade do grupo, Giorgio Belloli, mostram que esta categoria está a crescer “três vezes mais rápido do que o mercado primário”.
A Luxclusif opera no fornecimento de malas e acessórios de luxo em segunda mão a retalhistas e marketplaces num modelo B2B2C (trade); e na retoma de malas e acessórios de luxo direcionados a marcas e retalhistas (buyback / trade-in).
“Na altura da criação da Luxclusif, o valor percebido dos produtos de luxo em segunda mão no mercado asiático era significativamente mais baixo que nos mercados ocidentais", explicou ainda Rapazote ao ECO. "Começámos com uma pequena operação de trade com produtos consignados e percebemos que o potencial era enorme. Como já estávamos na Ásia, contratámos as primeiras pessoas nas Filipinas e, a partir daí, focamo-nos no desenvolvimento de soluções de tecnologia e de supply chain que permitissem melhorar todo o serviço”.
A ligação à Farfetch deu-se em 2018, quando a Luxclusif participou no programa de aceleração Dream Assembly. Mais tarde, dedicou-se ao desenvolvimento do serviço de buyback de artigos em segunda mão (Farfetch Second Life), em que a Luxclusif forneceu a sua plataforma na Europa para autenticar, atribuir preços e depois vender as carteiras em segunda mão submetidas pelos clientes, em troca de crédito para gastar no site da multinacional, que também continua a apostar fortemente em Portugal, nomeadamente em Matosinhos, onde prevê acolher outras empresas, um hotel e 42 apartamentos.
“Vamos continuar a expandir a base de parceiros na área de trade e lançar o programa Second Life em mais geografias. Por outro lado, vamos trabalhar com a Farfetch Platform Solutions no sentido de acrescentar buyback / trade-in aos serviços oferecidos às marcas e retalhistas”, concluiu o CEO da Luxclusif ligada à Farfetch, esta última por sua vez sediada em Londres e cotada na Bolsa de Nova Iorque, contando com escritórios em 13 países e somando cerca de 6 mil trabalhadores em todo o mundo.
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