Portugal Textil
11 de abr. de 2018
Luxo nacional aperta “on”
Portugal Textil
11 de abr. de 2018

A consultora McKinsey prevê que as vendas de luxo online mais do que tripliquem até 2025, atingindo os 74 mil milhões de euros.
Ainda que o comércio eletrónico monomarca – em websites como luiscarvalho.net ou diogomiranda.net – seja responsável por um grande volume de vendas nos artigos de luxo, as plataformas multimarca (marketplaces ou techplaces) têm-se esforçado por acompanhar.
Considerando a força desta corrida, a McKinsey projeta que as vendas online de artigos de luxo pessoais, atualmente nos 20 mil milhões de euros, ou 8% do mercado global de luxo, mais do que tripliquem até 2025, atingindo os tais 74 mil milhões de euros.
Já segundo os dados da E-commerce Foundation, em Portugal, o volume de vendas realizadas na Internet cresceu 12,5% em 2017, para os 4,73 mil milhões de euros.
Os designers nacionais estão atentos às tendências e, prestes a inaugurar morada no ciberespaço ou já com casa comprada, reconhecem a importância dessas vendas para catapultar os negócios.
Mono e multimarca
«Hoje em dia, o comércio eletrónico acaba por ser um novo meio», reconhece Katty Xiomara, em declarações ao Portugal Têxtil, adiantando que o portal de comércio eletrónico da marca epónima deverá estar online ainda este mês.
No entanto, ressalva, «é mais fácil vender carteiras e sapatos do que vestuário», pelo que será feita uma seleção das peças comercializadas entre cliques. «Será sempre com peças selecionadas, quase como uma coleção-cápsula e com todas as informações sobre as peças, como as medidas da manequim, por exemplo», concretiza a designer que também conta com um showroom em Milão, outro em Tóquio e vendas na plataforma Minty Square para espalhar as suas coleções pelo globo.
Nuno Baltazar concorda sobre a importância do digital no reconhecimento e vendas da marca. «Tenho de me adaptar, para que isso aconteça de uma forma mais orgânica e que não se crie um fosso entre mim e as pessoas que querem consumir a minha marca. Nós já não estamos fechados em Portugal, faz sentido esta ampliação de quem nos vê», afirma o designer, em ano de comemoração de duas décadas dedicadas à moda “made in Portugal” e a preparara-se para lançar, «talvez em junho», o portal de comércio eletrónico marca.
No final do ano passado, Luís Carvalho e Luís Buchinho deram uma boa-nova aos seus clientes, abrindo portas às lojas digitais próprias – que se juntam às vendas na Minty Square.
Luís Carvalho anunciou, em outubro, o lançamento da loja online da marca epónima, disponível para todo o mundo e com envios gratuitos não só para Portugal, mas também para países como Espanha, França, Itália, Alemanha, Holanda, Bélgica, Islândia, Luxemburgo, Mónaco, Reino Unido, Áustria e EUA.
«Não está a correr tão bem quanto desejava», admite Luís Carvalho, «é um mercado que nós, enquanto marca, ainda estamos a tentar construir», explica, adiantando que já teve vendas para destinos internacionais.
Um mês depois, Luís Buchinho confirmou a disponibilização das suas coleções entre cliques.
«Vai ter um arranque um pouco mais lento, acho, é uma loja que é mais dirigida ao mercado global do que propriamente ao mercado nacional, vamos ter de fazer algumas progressões no futuro, mas estou a ter um bom feedback», avalia, indicando que a maioria das expedições é feita para códigos-postais internacionais.
Diogo Miranda já é morador digital há quase seis anos e acredita que, nesse hiato temporal, as clientes perderam o medo ao bicho-papão das compras online.
«Há pessoas que já não vão às lojas comprar roupa. Valorizam o acesso fácil e cómodo à moda», garante.
Atualmente, a maioria das vendas do designer – que além das duas coleções principais, para a primavera-verão e outono-inverno, desenha ainda as coleções pre-fall, resort e peças exclusivas, nomeadamente para noivas e noivos – sucede além-fronteiras, com o Médio Oriente em evidência.
Na loja online da marca é possível encomendar hoje e receber em dois dias – máximo cinco, dependendo da localização – as peças na morada indicada. «Grande parte das encomendas também é de clientes internacionais, mas os nacionais estão a comprar. Talvez 60% internacionais, 40% nacionais», aponta o designer sobre a divisão das vendas no portal de comércio eletrónico próprio.
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