Portugal Textil
23 de mar. de 2018
Luxo triplica online
Portugal Textil
23 de mar. de 2018
Enquanto as marcas tardam em lançar portais de comércio eletrónico, os consumidores já deixaram claro que querem adquirir luxo entre cliques. Plataformas como a Farfetch sintonizaram-se com quem quer comprar e, agora, espera-se que as vendas online sejam multiplicadas por três.

Ainda que o comércio eletrónico monomarca – em websites como Gucci.com ou Armani.com – seja responsável por um grande volume de vendas nos artigos de luxo, marketplaces como a Farfetch, Drexcode, Etsy, The RealReal, Vestiaire e Asos esforçaram-se por acompanhar e estão a correr mais rápido.
Por outro lado, os techplaces, termo usado pela consultora McKinsey, também não querem ficar para trás e incluem os modelos de negócio da Lyst, Rent the Runway, Inturn, Le Tote, Stitch Fix, Slyce e Wheretoget.
Em declarações à Quartz, Antonio Achille, sócio da consultora McKinsey, afirma que a mais-valia dos marketplaces e dos techplaces reside na sua capacidade de «oferecer uma variedade de produtos e marcas com curadoria sem o risco de ter o inventário necessário para alimentar o seu crescimento».
Os marketplaces e os techplaces são, por isso, uma espécie de ponte que liga consumidores a produtos. Podem ser plataformas de tecnologia, como a Lyst, ou websites à consignação, como o The RealReal, mas, de qualquer forma, muito do inventário não é “deles”. A Farfetch, por exemplo, é uma plataforma que conecta os clientes a boutiques de luxo espalhadas pelo globo, mas não detém inventário.
Contudo, existem algumas exceções, como a Rent the Runway, que compra os produtos que depois aluga.
A McKinsey acredita que os modelos que prosperarão no futuro são aqueles mais escaláveis, ágeis e experientes em tecnologia. «As marcas mais avançadas», aponta Achille, «estão a concentrar-se em três coisas: digitalizar os seus negócios, desenvolvendo um modelo operacional de Luxo 4.0 que aumenta a sua velocidade e agilidade, usar dados para levar o conhecimento e relacionamento com o cliente para outro nível e estabelecer parcerias em todo o ecossistema do luxo para assegurar o que não podem fazer por conta própria».
Aposta é alta
A McKinsey projeta que as vendas online de artigos de luxo pessoais, atualmente nos 20 mil milhões de euros, ou 8% do mercado global de luxo, mais do que triplicarão até 2025, atingindo cerca de 74 mil milhões de euros.
Há, porém, um potencial inimigo à espreita: websites como a Amazon, Zalando e Tmall, do Alibaba. A McKinsey categoriza-os como retalhistas multimarca, embora também possam funcionar como marketplaces.
Por enquanto, a presença destes jogadores no campo do luxo é pequena, mas pode vir a mudar – mudando, também, as regras e resultado do jogo online.
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