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Helena OSORIO
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4 de jun. de 2020
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LVMH insiste em não comprar ações da Tiffany no mercado para o negócio prosseguir a um preço inferior

Traduzido por
Helena OSORIO
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4 de jun. de 2020

Com os rumores crescentes de que Bernard Arnault poderá estar a tentar renegociar um preço melhor para a aquisição da Tiffany pela LVMH, o grupo francês de luxo anunciou, quinta-feira (4 de junho), que não tenciona comprar quaisquer ações da joalharia americana no mercado aberto.

"Considerando os recentes rumores do mercado, a LVMH confirma, nesta ocasião, que não está a considerar comprar ações da Tiffany no mercado", afirmou o conglomerado de luxo numa declaração sumária, divulgada quinta-feira de manhã. A declaração sugere que a aquisição prevista vai continuar, no entanto, a redação pareceu deliberadamente ambígua - introduzindo a possibilidade de Arnault, o homem mais rico da Europa, estar a tentar pagar um preço mais baixo pelo joalheiro nova-iorquino.
 

Uma imagem da campanha T1 da Tiffany - Instagram


O preço das ações da Tiffany tinha sido gravemente atingido, após um relatório divulgado na publicação WWD sobre o comércio da moda, segundo o qual Arnault estava a ter dúvidas quanto ao elevado preço de compra da Tiffany. Uma possibilidade dada a conjuntura atual, com a indústria do luxo muito fustigada pela COVID-19 e os recentes protestos nos EUA.

Como referido, após prolongadas negociações, a LVMH, o maior conglomerado de luxo do mundo, concordou em novembro de 2019 em comprar a Tiffany por 16,2 mil milhões de dólares, ou 135 dólares por ação. O negócio do blockbuster - a maior aquisição de sempre em luxo - foi anunciado como um passo inteligente para aumentar significativamente a presença da LVMH na América do Norte e nos negócios de relojoaria e joalharia.

No entanto, após a WWD ter relatado que a Arnault convocou uma reunião do conselho de administração em Paris, na terça-feira (2) à noite, sugerindo que o presidente e acionista controlador da LVMH poderia estar com os pés frios, as ações da Tiffany caíram mais de 10% a 114,24 dólares na Bolsa de Valores de Nova Iorque. Isto significa que a LVMH poderia ter adquirido atualmente ações da Tiffany muito mais baratas no mercado livre do que no seu acordo.

Contudo, a declaração da manhã de quinta-feira (4), indicava que a LVMH não o faria, mas a divulgação não afirmava directamente que respeitaria o preço exacto da transação. 
 

tentar LVMH tenta renegociar um preço de transacção mais baixo pela Tiffany - Tiffany


"O Conselho de Administração da LVMH Moët Hennessy Louis Vuitton, reuniu-se na terça-feira (2) e, nomeadamente, centrou a sua atenção no desenvolvimento da pandemia e no seu potencial impacto nos resultados e perspectivas da Tiffany & Co, no que respeita ao acordo que liga os dois grupos", acrescentou a LVMH.

Os observadores informados em Paris especulam que a LVMH divulgou deliberadamente a informação na reunião do conselho de administração da WWD na terça-feira (2), a fim de forçar a descida do preço das ações da Tiffany no mercado aberto, dando à Arnault mais influência para renegociar um preço de compra mais baixo. A LVMH está também alegadamente preocupada com o facto de a Tiffany poder não ser capaz de repetir algumas das suas obrigações de dívida, após a conclusão da aquisição.  O que, teoricamente, poderia dar à LVMH uma desculpa legal legítima para sair da atual operação e renegociar melhores condições.
 
Dada a desastrosa situação de luxo dos últimos dois meses, os observadores sugeriram que um cash flow mais fraco pode impedir a Tiffany de respeitar os seus compromissos em matéria de dívida. A Tiffany deveria divulgar os resultados trimestrais na sexta-feira (5), mas adiou essa divulgação até terça-feira (9).
 
Não foram devolvidas ao site FashionNetwork.com, as várias chamadas aos executivos da LVMH, solicitando mais comentários sobre a breve declaração.
 

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