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Novello Dariella
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16 de abr. de 2020
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LVMH regista declínio sem precedentes de 15% no primeiro trimestre

Traduzido por
Novello Dariella
Publicado em
16 de abr. de 2020

A LVMH divulgou os resultados do primeiro trimestre de 2020, a meio à crise provocada pelo novo coronavírus COVID-19. No período, houve uma queda de 15% na faturação, para 10,6 biliões de euros. “Em bases comparáveis, as vendas caíram 17% em comparação com o mesmo período de 2019", observou o grupo.


Christian Dior - Primavera- verão 2020 - Alta-Costura - © PixelFormula


Para o grupo de luxo francês, esses resultados demonstram “boa resiliência num ambiente económico prejudicado por uma grave crise de saúde que levou ao fecho de lojas e fábricas na maioria dos países, nas últimas semanas, e ao cancelamento das viagens internacionais”.

Por região, a queda mais acentuada ocorreu na região da Ásia (excluindo o Japão), com um declínio de 32%. O Japão e a Europa registaram queda de 10%, e os EUA, -8%, de janeiro a março, em comparação com o mesmo período do ano passado.

Por categoria, a divisão de Moda e Artigos de Couro registou uma diminuição de 10% nas vendas à taxa de câmbio e perímetro comparáveis ​​no primeiro trimestre de 2020, impactada pelo fecho de lojas em várias regiões do mundo. "As vendas online estão a crescer rapidamente", disse o grupo, cujas forças motrizes se mantêm concentradas na Louis Vuitton e Christian Dior. "As outras marcas continuam a esforçar-se para fortalecer a resiliência", afirmou a empresa.

Na divisão de Perfumes e Cosméticos, as vendas caíram 19% em base comparável, no primeiro trimestre, para 1.382 biliões de euros. "As maiores marcas estão a mostrar uma boa resistência, embora os retalhistas estejam a diminuir os níveis de stock com a atual crise", informou a empresa, destacando o crescimento das vendas online também para este segmento.

Em relação à divisão de Relógios e Joias, a queda nas vendas foi ainda mais acentuada, com -26% numa base comparável, ou 792 milhões de euros. "A Bvlgari está a passar por um declínio na atividade devido ao fecho das lojas, principalmente na Ásia. Após um bom começo de ano, a TAG Heuer e a Hublot foram penalizadas por uma queda nos pedidos dos retalhistas".
 
As atividades de distribuição selectiva do grupo francês também caíram, sendo 26%, para 2.626 biliões de euros. Quanto à Sephora, a primeira onda de choque foi o fecho de todas as lojas na China "durante uma boa parte do trimestre" e, posteriormente, das lojas americanas e europeias desde meados de março. No entanto, a LVMH ressalvou que as vendas online registaram "um aumento significativo no período" e que "a frequência nas lojas foi gradualmente retomada na China desde o início de abril".

A marca duty-free do grupo, DFS, também não foi poupada e sofreu "um declínio significativo da atividade na maioria dos destinos como resultado da interrupção nas viagens internacionais".

Excluindo moda e beleza, o volume de negócios da divisão "Vinhos e Destilados" caiu 14% de janeiro a março de 2020, para 1,175 biliões de euros.

Segundo trimestre será ainda "muito afetado pela crise"

Quanto às perspectivas, a LVMH espera uma recuperação no retalho chinês no segundo trimestre e anunciou que as fábricas europeias (principalmente de artigos de couro) estão a preparar-se para retomarem as atividades quando as medidas de isolamento terminarem, possivelmente em maio, em França e Itália.

"O fecho de centros de produção e lojas do Grupo, na maioria dos países do mundo, durante o primeiro semestre do ano, terá um impacto nas vendas e nos resultados anuais. Esse impacto ainda não pode ser avaliado com precisão, pois não há um cronograma com o retorno à normalidade nas diversas áreas em que o Grupo atua. Esperamos que a recuperação ocorra gradualmente a partir de maio ou junho, após um segundo trimestre, que, provavelmente, ainda será muito afetado pela crise, em particular na Europa e nos EUA", declarou o grupo.

Além disso, neste contexto de crise da saúde, o gigante do luxo anunciou, quinta-feira (16 de abril), que Bernard Arnault, CEO da LVMH e terceiro homem mais rico do mundo, desistirá de parte do salário. Na próxima assembleia geral também será proposta uma redução de 30% no dividendo para o ano fiscal de 2019. 

"O Conselho de Administração foi informado da decisão tomada por Bernard Arnault, na qualidade de Presidente e CEO, e por cada um dos outros diretores que exercem funções executivas no Grupo, que irão renunciar à sua remuneração nos meses de abril e maio de 2020, bem como qualquer remuneração variável para o ano 2020”, acrescentou o grupo.

O valor desse salário bruto variável será definido apenas, no final do ano fiscal atual, mas, a título de comparação, o valor submetido ao voto dos acionistas em junho, referente à 2019, é de 2,2 milhões de euros.

(Com AFP)

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