
Maite Ruiz-Atela
3 de dez. de 2015
Madrid se empenha para tornar-se a capital do turismo de compras

Maite Ruiz-Atela
3 de dez. de 2015
Apesar dos seus grandes atrativos, Madrid segue sem despertar o interesse, como destino de compras, ostentado por Barcelona. Os motivos foram debatidos no primeiro workshop virado ao turismo de compras organizado pela Madrid Foro Empresarial, El Corte Inglés e Universidade de Deusto. Representantes das marcas de luxo como Camper ou Suárez manifestaram sua preocupação com inexistência de um plano estratégico para promover Madrid como destino de compras.

Hilario Alfaro, presidente do Foro, explicou ao FashionMag: "é necessário implantar um imposto turístico, como já fazem outras cidades. Barcelona consegue assim mais de 20 milhões de euros que destina para se promover no mundo. Madrid é, segundo 'The Economist', a segunda cidade mais desejável para se fazer compras graças ao seu clima, horário comercial, gastronomia e programa cultural". Por desgraça, explica Alfaro, "este imposto não poderá ser aplicado até pelo menos 2018, já que não foi contemplado nos orçamentos da Cidade".
Espanha deve renovar o perfil do turista. Sol e praia não bastão. Todos concordam que "temos de apostar no turista que busca viver experiências, incluindo compras. Madrid e Espanha não estão a aproveitar o interesse dos cidadãos asiáticos em viajar à Europa".
O presidente de El Corte Inglés, Dimas Gimeno propõe analisar os novos emissores de turismo, "com quem e com o que competimos e quais são os modelos de sucesso. Precisamos nos promover na China e nos outros emergentes, proporcionar facilidades na emissão de vistos, aumentar as conexões aéreas com esses países. A moda representa 60% na compra dos turistas, seguida pela joalharia e pela relojoaria com 20%.
Espanha recebe apenas 3% e 0,2% do gasto dos turistas de fora dos países comunitários e chineses respetivamente. Por isso, comerciantes reclamam medidas por parte da administração que contribuam para transformar a cidade. A diretora-geral de comércio da Cidade de Madrid explicou que Barcelona se vê beneficiada pela chegada maciça de cruzeiros: "é um turista que gasta muito e que é difícil atrair para Madrid. A solução estaria em melhorar as conexões do AVE (trem de alta velocidade espanhol) com as cidades da costa".
Os Congressos e as feiras são uma importante fonte de receitas do turismo de compras. Mas, como explica Hilario Alfaro, "Madrid acolheu somente um Congresso entre os 40 mais importantes do mundo em 2015 e não teremos mais nenhum até 2017". Marta Clau, da Chanel, comentou como o El Mobile World Congress representou milhões de euros para Barcelona em apenas quatro dias".
Na opinião da maioria, as feiras organizadas pela Ifema "perderam prestígio. A Cidade de Madrid argumenta que a Ifema acolheu 87 feiras internacionais em 2015 e enfatizou que "a instituição se encontra em pleno processo de reorganização com objetivo de se profissionalizar".
Para Hilario Alfaro é preciso "realizar toda uma série de ações, mas com uma estratégia clara. Há coisas que não custam tanto dinheiro e jogariam a nosso favor". Alfaro confirmou ao FashionMag "a continuidade deste workshop com outro formato no primeiro semestre de 2016".
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