Mais de dois terços da indústria têxtil global reduziu a produção por causa do coronavírus

Por

Matthieu Guinebault

Traduzido por
Novello Dariella

Publicado em
15 de out. de 2020

O último estudo da International Textile Manufacturers Federation (ITMF) revelou que, mais de dois terços das empresas pesquisadas, reduziram a sua produção durante a crise sanitária. Muitas delas esperam voltar à normalidade em 2022 ou 2023.

O estudo foi realizado, durante o mês de setembro, a 216 empresas. Reunindo as federações da Ásia (China, Japão, Coréia do Sul, Vietname), Europa (Alemanha, Espanha, Portugal, entre outros), África e América, a ITMF indica que apenas 21% das organizações conseguiram manter os níveis de produção, desde o início do ano, e 9% aumentaram os níveis, apesar do contexto difícil que tiveram de enfrentar com a pandemia de COVID-19.

Por outro lado, 23% relataram uma queda de mais de 30% na produção; 19% sofreram baixas entre 20% e 30%; e 17% sofreram reduções entre 10% e 20%. Apenas 10% das organizações pesquisadas, pela referida confederação internacional, conseguiram limitar a queda dos níveis de produção em 2%-10%.

Em termos de linhas de negócio, os setores de estamparia e acabamentos foram os que mais sofreram, registando uma queda de 30% na atividade em relação a 2019. As tecelagens sofreram uma queda de 23%, e os fabricantes de fibras de 22%. Teares (-17%), designers (-16%) e fabricantes integrados (-15%) foram os menos afetados.

Ainda segundo o relatório, 21% das empresas acredita precisar de melhorar as capacidades digitais; 18% conta que no futuro será importante reduzir a dependência de um pequeno número de clientes; 17% considera a expansão da oferta de produtos e o fortalecimento do balanço patrimonial fundamental; 15% admite que é preciso mudar a oferta de produtos; e 10% crê que é importante diminuir a dependência de alguns fornecedores.

Quanto à reativação, 21% das empresas avaliadas acreditam que conseguirão voltar aos níveis pré-crise em 2020. Por outro lado, 42% esperam retornar à normalidade em 2021, principalmente no segundo trimestre (15% das empresas entrevistadas) e no terceiro trimestre (17%). Os gestores, por sua vez, pensam recuperar os níveis pré-crise em 2022 (17%) ou 2023 (8%).