EFE
Estela Ataíde
20 de jun. de 2022
Mango abandona vendas diretas na Rússia ao fim de 23 anos devido à guerra
EFE
Estela Ataíde
20 de jun. de 2022
A marca de moda Mango decidiu abandonar definitivamente as vendas diretas na Rússia, depois de 23 anos a operar no país, e cede as suas lojas aos seus parceiros de franchising "face à incerteza relacionada com a evolução da situação geopolítica" devido à invasão da Ucrânia.
Segundo avançou o El País e a empresa confirmou em comunicado, para "garantir a cobertura" aos 800 colaboradores que tem na Rússia, a Mango deixará de operar de forma direta no país e chegou a acordo com vários dos seus parceiros de franchising para lhes ceder o seu negócio.
Em março, como resultado da guerra na Ucrânia, a Mango decidiu suspender temporariamente as suas operações na Rússia, deixando sem atividade as suas 55 lojas próprias no país - outras 65 são franchising - e a plataforma de venda online.
Segundo a empresa, desde o início a sua "prioridade" foi "zelar pela segurança das suas equipas na Ucrânia e na Rússia e pelo seu ecossistema de distribuição, do qual os franchisings e os parceiros locais são uma parte essencial".
Nos próximos meses, será levado a cabo o processo para que a Mango, que está presente em 110 mercados em todo o mundo, transfira as suas lojas próprias para diversos parceiros de franchising.
Segundo a empresa de moda, que levou a cabo uma provisão de 20 milhões devido ao impacto derivado da situação na Rússia, na próxima semana serão transferidos os dois primeiros pontos de venda, aos quais se prevê que sejam adicionados outros 22 entre este mês e próximo.
No final de 2021, a Rússia representava 8% do EBIT – lucro antes de juros e impostos – da Mango e estava entre os cinco maiores mercados da empresa.
Após analisar os protocolos de segurança, a Mango, que em fevereiro fechou temporariamente as suas 14 lojas na Ucrânia, está a reabrir gradualmente os seus pontos de venda neste país, em áreas distantes do conflito armado e respondendo aos pedidos dos seus sócios de franchising e das suas equipas locais diretas.
Especificamente, foram reabertas nove lojas – quatro próprias e cinco em regime franchising – e nas próximas semanas a atividade será retomada noutros pontos de venda.
Desde o início da guerra, destaca a empresa, a Mango forneceu apoio às suas equipas na Ucrânia e na Rússia, mantendo o pagamento dos seus salários e proporcionando-lhes toda a cobertura legal requerida.
Além disso, a empresa ofereceu assessoria jurídica e um novo posto de trabalho noutro país aos funcionários e parceiros que decidiram deixar a Ucrânia após a invasão.
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