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Estela Ataíde
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19 de jul. de 2022
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Manolo Blahnik vence disputa de marca registada na China após duas décadas de luta

Traduzido por
Estela Ataíde
Publicado em
19 de jul. de 2022

Não é à toa que Manolo Blahnik qualifica o feito como "notável" e "excecional". Já se passaram 22 anos, mas o designer de sapatos de luxo com sede no Reino Unido ganhou uma disputa de marca registada na China.


Manolo Blahnik


Além disso, a vitória legal "estabelece um forte precedente para que outros do setor façam valer os seus direitos contra marcas pirata na China".
 
O resultado significa que, pela primeira vez desde 1999, Manolo Blahnik poderá utilizar o seu nome e disponibilizar os seus designs a clientes de toda a China. 

"Estou ansioso por voltar a visitar a beleza e a elegância da China", disse Blahnik ao revelar o resultado.
 
A marca de luxo britânica entrou com um processo para invalidar um registo de marca ilegal que incorporava "Manolo Blahnik" e que impedia o designer de usar o seu próprio nome em toda a China.
 
A luta para reivindicar a marca começou em 2000 e a conclusão bem-sucedida do processo "abre caminho para que a marca seja comercializada em todo o país pela primeira vez".
 
A vitória acontece após uma nova audiência em janeiro. Cinco meses depois, o Supremo Tribunal emitiu uma decisão final confirmando a invalidação com base nos direitos de nome de Manolo Blahnik.
 
Ao comentar o veredito, Blahnik, fundador e diretor criativo da sua marca, disse: "Estamos verdadeiramente honrados e gratos pelo apoio que recebemos na China e a nível internacional, tanto da indústria da moda como fora dela.”
 
"Esta ajuda generosa foi um fator importante que contribuiu para este resultado bem-sucedido. Os meus sinceros agradecimentos ao Supremo Tribunal Popular da China e a todos os envolvidos neste longo caso. É um resultado extraordinário."
 
Kristina Blahnik, CEO e sobrinha do fundador, declarou por seu lado: "Esta é uma vitória significativa para o meu tio, a nossa família e a nossa equipa, e quero expressar a minha gratidão ao Supremo Tribunal Popular da China pela sua consideração minuciosa e cuidadosa do nosso caso de longa duração." 

"Sempre admirámos a rica herança cultural da China e o seu povo, e estamos ansiosos por nos juntarmos ao seu dinâmico futuro partilhando a história, as criações e as paixões de Manolo. A Manolo Blahnik continuará a proteger vigorosamente as suas marcas em todo o mundo no interesse do meu tio Manolo, dos nossos clientes e da nossa empresa."


Manolo Blahnik


Kristina Blahnik disse também ao The Financial Times: "Era um enorme vazio na nossa existência... Quando recebemos a chamada, ficámos em lágrimas."
 
Blahnik acrescentou que os planos da empresa para o mercado chinês ainda estão numa fase inicial, mas que espera começar a vender diretamente na China no segundo semestre do próximo ano. "Não correremos como um foguete em direção à China, mas caminharemos em silêncio."
 
Já Georgina McManus, diretora de assuntos jurídicos, afirmou: "Esta é uma decisão histórica que demonstra que o Supremo Tribunal Popular da China está focado na justiça substantiva. Foi um caminho longo e difícil e este resultado não teria sido possível sem a dedicação, tenacidade e apoio das nossas equipas, dos nossos conselheiros e amigos da marca e sem a liderança de Jack Randles, diretor jurídico.”

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