Europa Press
13 de nov. de 2014
Marcas que fazem "mea culpa" por suas polémicas campanhas
Europa Press
13 de nov. de 2014
Madri (Notimérica) – A sociedade atual não tolera mais os cânones de beleza que muitas marcas tentam transmitir. As vozes dos cidadãos, amplificadas pela Internet, derrubaram mais uma polémica campanha de moda. A última é da marca de roupas interiores Victoria's Secret.

Esta semana também foi alvo das críticas a marca Calvin Klein por uma campanha para promover o tamanho extra grande, na qual foi usada uma imagem de Myla Dalbesio, uma manequim que veste roupas de numeração média. Nas redes sociais, os internautas reclamaram que a campanha oferecia uma imagem distorcida da mulher.
A manequim defendeu a peça dizendo que está orgulhosa de ter participado na campanha porque usa um tamanho maior do que aquele das garotas que a Calvin Klein costuma escolher. No entanto, esta concessão pode não ser suficiente para os críticos da marca.
A polémica com a propaganda da Calvin Klein começou quase em paralelo com a retificação de outra marca de roupa íntima, Victoria's Secret.
A famosa empresa americana, das Angels, retirou a sua campanha com o slogan 'The perfect body' (O corpo perfeito) e o substituiu por 'A body for every body' (Um corpo para todas).

A Victoria's Secret tomou esta decisão depois que uma estudante britânica da Universidade de Leeds registou uma petição na plataforma Change.org, conseguindo 27.000 assinaturas para pedir a retirada de uma propaganda que considerava degradante.
Estes são só os casos mais recentes de uma lista de campanhas polémicas que a sociedade considerou ofensivas para as mulheres, porque discriminam as pessoas que não estão magras, ou porque pode afetar a frágil autoestima dos adolescentes.
Em setembro deste ano, a manequim israelense Bar Rafaeli desatou a polémica também no seu país com um anúncio de óculos da marca Carolina Lemke. Os telespetadores do Canal 2 de Israel enviaram cartas para protestar pela propaganda.
Eles consideravam que a marca tratava a mulher como um objeto e que o homem do anúncio sentia-se decepcionado quando colocava os óculos e descobria que Bar Rafaeli era, na realidade, uma garota mais gorda do que parecia inicialmente.
A controvérsia ainda é maior quando não são percepções dos consumidores e sim quando é a própria marca que se declara com um artigo tão exclusivo que só pessoas cool, populares e magras podem vesti-lo.
O diretor-geral da Abercrombie & Fitch, Michael S. Jeffries, lamentou em junho do ano passado ter explicado a sua estratégia comercial em 2006 sem refletir sobre o que dizia.
"Francamente, vamos atrás dos garotos cool, de garoto atraente com uma grande atitude e um montão de amigos. Somos excludentes? Certamente. As empresas com problemas tentam se dirigir a todo mundo: jovens, velhos, gordos, magros. (...) E assim não se motiva ninguém", apontou Jeffries para o portal digital Salon.
O seu exclusivo alvo tinha levado a marca a pedir a vários participantes do 'reality show' Jersey Shore que deixassem de usar as suas roupas para que o seu perfil conflituoso não lhe fosse associado.
As críticas nas redes sociais não demoraram, unidas às petições de boicote à marca e até a uma divertida campanha na qual o escritor e realizador audiovisual, Greg Karber, convidava as pessoas a darem roupas Abercrombie & Fitch a pessoas sem teto para gravá-las nas ruas e, depois, para compartilhar no YouTube.
Imagens e Vídeo: Divulgação
Copyright © 2023 Europa Press. Está expressamente proibida a redistribuição e a retransmissão do todo ou parte dos conteúdos aqui apresentados sem o prévio e expresso consentimento.