Mercado de luxo global deve crescer 5% este ano

De acordo com estimativas da consultora Bain, as vendas globais de bens pessoais de luxo devem aumentar pelo menos 5% este ano, à medida que os consumidores dos EUA e da Europa continuam a comprar relógios, joias e calçado de luxo, apesar da incerteza política e da inflação crescente. "O consumo não parece ter sido afetado até o momento", disse Claudia d'Arpizio, sócia da Bain, à Reuters.

A Bain estima que as vendas globais de bens pessoais de luxo atingirão pelo menos 305 mil milhões de euros este ano, com base na sua estimativa mais conservadora, e até 330 mil milhões de euros num cenário mais otimista, aproveitando a sua rápida recuperação após o fim da pandemia. A estimativa anterior era de 300-310 mil milhões de euros.
 
A Bain aumentou a sua previsão para levar em conta as fortes vendas atuais, disse ainda Claudia d'Arpizio, apesar do flutuante mercado de ações dos EUA e das preocupações com uma possível recessão económica. "Estamos cientes de que estamos num ambiente muito turbulento", ressalvou.

Os analistas da Bain observaram que as vendas globais de artigos pessoais de luxo, que incluem roupas, acessórios e produtos de beleza, atingiram 288 mil milhões de euros no ano passado, superando uma previsão anterior de 283 mil milhões de euros, devido aos maiores gastos ​​durante as festas de fim de ano.
 
Mesmo com a alta inflação e os bloqueios relacionados a doença de COVID-19 na China continental, as empresas de luxo aproveitaram a procura local na Europa e nos EUA com marketing eficaz. "Ficamos surpreendidos com a confiança do consumidor apesar da inflação", destacou D'Arpizio.

Os gastos dos consumidores chineses devem recuperar durante o segundo semestre do ano, de acordo com a Bain, que também destacou a Coreia do Sul como um mercado em expansão. Por sua vez, os Estados Unidos ultrapassaram a Europa como o maior mercado de luxo no ano passado.