Milão alarga o seu horizonte com Miguel Vieira, David Catalán e Spyder
Juntamente com a marca francesa K-Way, três outras marcas internacionais brilharam nas passarelas milanesas na segunda-feira. No quarto dia da semana masculina dedicada às coleções de pronto-a-vestir para o outono-inverno 2022-23, destacaram-se os designers ibéricos Miguel Vieira, com os seus elegantes looks total black, e David Catalán, com o seu estilo chic descontraído, que desfilam em Milão desde junho de 2019, assim como a marca desportiva americana Spyder, que integra o calendário italiano desde janeiro de 2019.
Após ter aberto a sua paleta de cores nos últimos anos, o português Miguel Vieira regressa ao total black, a sua assinatura desde o lançamento da sua marca em 1988. Para além de um conjunto de seda estampado com padrões abstratos em preto e azul sobre fundo branco e alguns lenços em seda clara aqui e ali, todas as silhuetas são apresentadas em preto ou azul escuro, às vezes iluminadas por reflexos brilhantes. Tudo num espírito rebelde muito dark, com olhos esfumaçados e faixa no cabelo.
Tudo exala luxo nesta coleção ultra chic, confecionada com soberbos tecidos italianos e materiais preciosos. Como os fatos fluidos em tecido de lã impalpável, os casacos em astracã ou os tops forrados com colarinho em strass. O estilista imaginou um jantar com amigos na montanha, onde os códigos masculinos tradicionais são sacudidos e dinamizados por um sopro mais jovem e contemporâneo.
As calças retas e finas são acompanhadas por botas militares. Um padrão de camuflagem pode ser adivinhado no tecido adamascado de um smoking. Partes de cima e calções largos em couro convidam-se a entrar no guarda-roupa deste gentleman, que também usa túnicas de renda transparente por baixo do casaco ou sobrepõe uma saia plissada às calça do seu fato.
David Catalán, que habitualmente gosta de misturar casual e vintage, nesta temporada faz uma incursão no registo elegante. O criador inspira-se nas universidades britânicas, mas sempre com o toque de diversão que o caracteriza. Assim, a maioria dos seus modelos são enfeitados com coroas de tecido colorido, em referência às coroas de papel oferecidas no Natal em Inglaterra.
O criador espanhol, estabelecido em Portugal há onze anos, diverte-se misturando a tradição dos alfaiates londrinos de Savile Row com streetwear ou peças extravagantes. Assim, o fato de banqueiro é associado a uma camisa de lurex prateada, o casaco clássico é usado sobre calças de malha, o colete de flanela cinzento é usado sobre uma sweater azul elétrico e a camisa é usada com um nó Lavallière.
O padrão de losango escocês está presente em toda a coleção, em jacquard nas malhas, estampado nas t-shirts, bordado em relevo com efeito desfiado nas peças em denim. A ganga, especialidade do estilista, tem lugar de destaque através de conjuntos patchwork ou modelos híbridos, onde o tecido azul é usado alternadamente direito e do avesso.
Mudança de cenário na Spyder. Os modelos desfilam pelo espaço escuro envoltos em névoa ao som de uma banda sonora eletrónica. Tudo remete para o desporto. Cores flashy, cortes essenciais e precisos, expressando força e energia. A marca propõe para o próximo inverno uma série de peças básicas, muito legíveis e comerciais, fáceis e ideais para inserir diariamente num guarda-roupa mais clássico.
A coleção parece pensada para uma estada na montanha, de acordo com a identidade histórica da Spyder. Criada em 1978 pelo esquiador canadiano David Jacobs, a Spyder nasceu como, e continua a ser, uma marca de vestuário de esqui. Os blusões XXL competem com casacos polares e blusões de pelúcia em lã encaracolada. O aspeto “edredão” está em todo o lado, das calças acolchoadas às écharpes gigantes combinadas tom sobre tom com anoraques, assim como o nylon, usado, por exemplo, em algumas calças ou sobrecalças de esqui.
Leggings e calças desportivas retas adicionam conforto, facilitando o movimento e proporcionando proteção máxima contra o frio. Por fim, o destaque é colocado numa paleta viva com conjuntos monocromáticos ou patchwork, disponíveis em laranja, rosa choque, lima, azul céu e outros tons fluorescentes, aos quais são adicionados modelos mais artísticos como se salpicados de tinta. Propriedade do American Authentic Brands Group, a marca é gerida sob licença por diferentes empresas, dependendo da região. Na Europa, é distribuída pela Liberated Brands, que opera as marcas Volcom e Electric.
Copyright © 2024 FashionNetwork.com. Todos os direitos reservados.