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Estela Ataíde
Publicado em
6 de mar. de 2018
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Miu Miu: mistura de influências

Traduzido por
Estela Ataíde
Publicado em
6 de mar. de 2018

O invulgar desfile da Miu Miu, que aconteceu no 29º dia da temporada internacional de moda, que culmina hoje à noite em Paris, apresentou uma mistura de influências em termos de épocas, atitude, música e mensagem.
 

A atriz Elle Fanning abriu o desfile da Miu Miu - Pixelformula


Um encontro literal e estilístico entre os anos 50 e 80, à medida que o elenco de modelos apareceu com versões superdimensionadas do emblemático penteado de Amy Winehouse e roupas que remetiam para as fotografias da juventude rebelde da autoria do suíço Karlheinz Weinberger, que remontam a meio século atrás.
 
O resultado foi uma série de casacos em denim tingidos com ácido, que lembram a empobrecida Alemanha do Leste antes da queda do Muro de Berlim, mas também volumosos blusões decorados com os micro quadrados cinzentos que a designer italiana tanto gosta.

Várias modelos apareceram com casacos oversize e baggy e casacos de chauffeur – todos em pelo de camelo e por engomar. A atitude négligée evocava a classe operária presente no trabalho de Weinberger.

Para ocasiões mais formais, vestidos cocktail decotados em jacquard rosa, usados com botas em couro turquesa. Para a noite, colares de corrente e écharpes em chiffon ao estilo de Amy Winehouse. E para resistir aos ventos alpinos, enormes casacos que lembram os usados pelos espiões da Stasi ou cabans em couro ceroso rubi, cinzento ou azul cobalto, com ombros proeminentes.
 
Grandes quantidades de couro, oleados e stretch. Quando questionada sobre se a sua moda é compatível com a atual busca pela sustentabilidade na moda, Miuccia Prada respondeu ironicamente: “Hmm… chegará o dia em que até o couro será impossível. Mais cedo ou mais tarde não vamos poder fazer nada – afinal, até os legumes têm alma!”
 
Como sempre, uma ótima coleção de calçado: mini-galochas espaciais decoradas com o logótipo da Miu Miu e sapatos em couro para o almoço de domingo usados com meias brancas.
 
“A ideia era compilar uma ampla gama de comportamentos, personalidades e personagens diferentes. Pegando na moda e adaptando-a ao momento atual, misturando etnias e personalidades”, disse Miuccia após o desfile.

 Algumas das modelos até escolheram o que usaram.
 
“Desde que pareçam felizes, deixo-as usar o que escolheram”, disse rindo Miuccia Prada, que confiou a abertura do desfile à atriz Elle Fanning, que escolheu as suas roupas.
 
A propósito de escolhas, um momento embaraçoso no backstage, com Marc Jacobs e o artista Francesco Vezzoli vestidos com o mesmo casaco de couro, com tachas e estampado de banda desenhada, da Prada.
 
Um cenário imenso, da autoria dos designers gráficos M&M, com imagens a preto e branco de figuras de perfil penduradas no teto do Palais d’Iéna, no 16º arrondissement. E um elenco que deambulou pela passarela ao som de uma banda sonora onde disco music colidia com rockabilly. E, embora a ideia desta experiência fosse boa, a coleção era confusa e desprovida de qualquer sentido de estilo e elegância. Deixemos claro que Miuccia Prada é claramente a designer de moda mais influente deste século, mas mesmo os grandes talentos comentem erros ocasionalmente. Este foi um desses casos.

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