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Portugal Textil
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12 de jun. de 2018
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Moda infantil portuguesa cruza a via verde

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Portugal Textil
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12 de jun. de 2018

Mais do que de azul ou de cor-de-rosa, as coleções da Play Up, Barn of Monkeys, Huggee e Naturapura pintam-se de verde. As preocupações ecológicas destas marcas de moda infantil vieram tranquilizar pais em busca de artigos mais amigos do ambiente.


Play Up


Acompanhando o crescimento dos mais novos do infantário ao secundário, com uma oferta de vestuário desde os 3 meses até aos 14 anos, a Play Up entrou no último ano letivo com uma mochila carregada de propostas modernas e ecológicas. «Temos vindo a ampliar, dentro da coleção, os artigos 100% biológicos. Já começámos na estação passada, nesta [outono-inverno 2018/2019] cerca de 50% dos artigos são 100% algodão biológico», revela Bruno Correia, diretor-geral da Play Up. «O mercado externo traz-nos essas exigências. Portanto, para sermos uma marca de referência precisamos de acompanhar a evolução e, no fundo, as tendências», explica. Detida pela especialista em malhas Etfor, empresa de base familiar que soma 30 anos no mercado, a Play Up tem as malhas, por uma questão de genética, como core business, absorvendo a marca própria já 20% da produção da empresa – um total de 5 milhões de peças anuais – e dispondo de 12 colaboradores, dentro do efetivo total de 100 pessoas.

Bem mais jovem, mas tendo como amigo comum o meio ambiente, a Barn of Monkeys foi apresentada ao mercado no ano passado, desvendando a coleção de estreia, dedicada à primavera-verão 2018, na Pitti Bimbo, em junho de 2017. Além-fronteiras, a marca deu assim a conhecer o seu manifesto, destacado pela sustentabilidade. Já certificada com o Global Organic Textile Standard (GOTS), tal como os seus clientes, a marca está em fase de crescimento. À coleção dos 2 aos 16 anos juntou-se a linha “Baby” para responder à crescente procura dos clientes. «Também foi muito bem-recebida. Fizemos uma coleção-cápsula porque não sabíamos como o mercado iria reagir. As pessoas procuram uma coleção de newborn, antes dos 2 anos, que era onde começávamos», afirma Rita Resende, responsável de negócio e expansão da Barn of Monkeys que, para não perder o ritmo, depois de ter começado a explorar o mercado americano, logo começou a traçar a próxima viagem. «O nosso novo passo é expandir para o mercado asiático. Uma vez que já começámos com os EUA [onde a Barn of Monkeys tem agentes], “baby steps”, mas já começámos. Agora, um mercado que temos mesmo ânsia de conseguir é o asiático», adianta a responsável.

Com alguma diferença de idade, a Naturapura e a Huggee escutaram a mesma canção de embalar verde. Membro da colheita de 1999, a Naturapura mantém-se nos 24 meses, aconchegando os petizes com algodão 100% biológico, livre de químicos e alergias, e assegurando os pais com o Rótulo Ecológico Europeu, atribuído pela União Europeia. «Fazemos o desenvolvimento do produto e, depois, temos parceiros. A Naturapura tem a Rótulo Ecológico Europeu, ou seja, trabalha com um grupo restrito de parceiros que lhe garante o cumprimento desses critérios e normas», destaca Mónica Sendas, diretora de distribuição da marca que fechou 2017 com 1,5 milhões de euros de volume de negócios.

Com uma ampla gama de vestuário e têxteis-lar do nascimento até aos 24 meses, a Naturapura propõe maioritariamente peças até aos 6 meses, porque, como esclarece Mónica Sendas, «é a altura em que os bebés têm a pele mais sensível e precisam mesmo de têxteis que lhes garantam segurança». «O bebé sai do ventre da mãe e, se lhe vestirmos Naturapura, ele não vai notar tanta diferença», garante. Com uma rede de lojas próprias em Portugal, à venda em espaços multimarca e com portal de comércio eletrónico próprio, a marca tem caminhado pelo próprio pé no mercado externo. Com loja em Madrid, a Naturapura conquistou já pontos de venda em Itália, França, Alemanha, Japão, Rússia, Suécia e Inglaterra.

O 100% algodão orgânico e a responsabilidade social embalam a Huggee, marca que nasceu fruto de uma vontade de Pedro Marques, há sensivelmente um ano. À data, o empresário ambicionava criar um negócio próprio e, sem querer, a sua prole deu uma ajuda preciosa. «A minha filha tem pele atópica, por isso, sempre que lhe vestia alguma roupa que não fosse orgânica tinha uma reação horrível. Então, fiz uma investigação sobre vestuário orgânico e decidi montar um negócio. Foi de imediato, gosto de têxtil, gosto de design e o biológico faz todo o sentido para mim», confessa Pedro Marques.

Oferecendo peças dos 0 meses aos 3 anos, a coleção da Huggee já soma credenciais verdes. «Só a certificação GOTS do produto final garante que todo o processo foi respeitado», sublinha Pedro Marques. «A simples referência ao algodão orgânico não garante que o processo produtivo é livre de químicos perigosos e realizado em fábricas que não exploram os trabalhadores», aponta. Lado a lado com as preocupações eco-éticas da Huggee caminha a solidariedade. Fruto de uma parceria com a Fundação Maria Cristina, que ajuda crianças dos bairros desfavorecidos em Dhaka, capital do Bangladesh, a marca oferece uma refeição a uma criança com fome na compra de uma peça da Huggee.

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