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10 de out. de 2016
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ModaLisboa: Filipe Faísca leva cestos e chapéus de palma a desfile retrospetivo

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Agência LUSA
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10 de out. de 2016

O estilista Filipe Faísca apresentou, na ModaLisboa, as suas propostas femininas para a primavera/verão 2017, numa coleção marcada pela retrospetiva a criações antigas, em que foram utilizados cestos e chapéus de palma feitos por uma artesã algarvia.

Felipe Faísca - Primavera-Verão 2017 - Lisboa - Fotografias Rui Vasco


"Esta retrospetiva vem no sentido de revisitar coisas que a maior parte deste público jovem que vem à ModaLisboa ultimamente, nestes últimos cinco anos, não conhece", disse à agência Lusa o criador Filipe Faísca, no final do desfile, que decorreu no Pátio da Galé, em Lisboa.

Depois da transmissão de parte de um filme francês sobre o amor, as manequins invadiram a passerelle com as propostas coloridas de Filipe Faísca - em tons de amarelo, azul, branco e verde -, assentes em materiais como algodão, cabedal, seda e veludo.

"Esta coleção é uma explosão de cor, de formas e de padrões", sintetizou o ‘designer'.

Se, por um lado, a coleção visava captar o lado mais romântico da mulher, por outro, retratava o seu quotidiano: "Há uns dias em que me apetece estar vestida de ‘blazer' e de fato e outros dias em que me apetece ir apanhar figos".

Foi aí que surgiu a ideia de "recuperar o artesanato português", assinalou Filipe Faísca, contando que, por isso, resolveu levar para o desfile chapéus e cestos de palma feitos por uma artesã do Algarve.

Felipe Faísca - Primavera-Verão 2017 - Lisboa - Fotografias Rui Vasco


"A Maria João tem uma paixão pelo trabalho manual feito em palma, em que vai colher as folhas de palma e faz os próprios cestos e chapéus", apontou o criador, classificando como "extraordinário" o trabalho de parceria.

"O entusiasmo que ela pôs quando lhe propus modificar um bocadinho os chapéus que são comerciais e que ela vende nas lojas dela foi muito giro", reforçou.

Após esta retrospetiva, o estilista vai agora decidir "o que é para deitar fora e já não serve e o que é que para continuar" nas suas criações, adiantou à Lusa.

Antes de Filipe Faísca, que inaugurou a passerelle do Pátio da Galé no último dia da 47.ª edição da ModaLisboa, os jovens ‘designers' Olga Noronha e Patrick de Pádua, da plataforma LAB, apresentaram as suas propostas no número 31 da Praça do Município.

No caso de Olga Noronha, as propostas de joalharia para senhora assentaram numa "composição poética sobre a relação de silêncios ilustrados e de eufemismos iluminados", segundo a descrição da criadora.

Olga Noronha - Primavera-Verão 2017 - Lisboa - Fotografias Rui Vasco


Denominada "Ode", a coleção evidenciou elementos portugueses como a saudade, a melancolia e a paixão através do material usado, a filigrana portuguesa, que também assumiu tons negro, ‘bordeaux' e azul barroco.

O desfile, bastante aplaudido, terminou com a canção "Ó gente da minha terra" da fadista Mariza.

Mais urbanos, os coordenados masculinos de Patrick de Pádua, apresentados ao som de uma melodia que juntava o hip-hop e o fado, eram transparentes, fluidos e largos.

A cor, predominantemente preta, ganhava vida com detalhes brilhantes e em rosa pálido.

No que toca aos materiais, o jovem criador optou por impermeáveis, ganga, sarja e malhas.

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