
Helena OSORIO
14 de mar. de 2023
ModaLisboa: Duarte, Hibu e João Magalhães

Helena OSORIO
14 de mar. de 2023
O quarto e último dia da ModaLisboa - Lisboa Fashion Week abriu, na tarde de domingo (12 de março), com a apresentação de João Magalhães que encenou um show em torno das compras abusivas e fáceis, terminando com o lançamento de meia dúzia de T-shirts da marca que os modelos guardavam nos seus sacos coloridos cheios de colagens – como a própria roupa psicadélica que vestiam com incrustações, pintura e pinos, escondendo o rosto atrás de máscaras douradas. “Shitly clothes for shitly people” é o slogan escrito nas T-shirts de oferta.

Uma mensagem que nos leva a pensar sobre o consumo, por parte desta que, como assegura a ModaLisboa, na sua página oficial de Facebook: "Não é uma marca. É uma vibe", que se ficou por um total de sete looks.
Seguiu-se a marca Duarte de Ana Duarte, já no espaço destinado aos desfiles, apresentando o seu streetwear cool, para o outono-inverno 2023/24, com performances de artes marciais japonesas, no caso com judo, por um casal feminino e outro masculino, em cada uma das salas.

A sua coleção intitulada Hajime, que em japonês significa "início", remete à própria experiência de Ana Duarte que pratica judo desde os quatro anos, homenageando-o agora num gesto de o trazer para as ruas, melhor dizendo para as passerelles.
Tratam-se de "peças maioritariamente unissexo, com uma silhueta larga e pespontos, painéis e formas que relembram o fato de judo, o judogi", diz a nota do programa. A cor de eleição é o menta que se estende ao estampado visto em vários looks. Não faltam também tons de azul, preto, branco, lilás e beringela.

"Os materiais vão de algodão orgânico, poliéster reciclado, lã e neoprene a Bemberg™ e tecidos técnicos ReLiveTex®. Em Hajime, podem juntar-se todas as peças entre si, preparando quem as usa para enfrentar tanto o inverno como o verão", acrescenta a Duarte, dando a conhecer o próprio estilo de vida da mentora.
Note-se que a Duarte é uma marca pensada para todos os tipos de corpos, como assegura a própria mentora nos bastidores; e com a sustentabilidade sempre em mente, desde os materiais orgânicos reciclados certificados ao fabrico em Portugal por costureiras especializadas.

Por sua vez, a HIBU fez pedalar nitidamente alguns dos seus modelos ciclistas em bicicletas estáticas rumo aos anos 90, lembrando a primeira edição da ModaLisboa, em março de 1991, no Teatro de São Luís, ainda com muitas testemunhas presentes nesta edição para contar a história da aventura de um casal da moda, irreverente, Eduarda Abbondanza e Mário Matos Ribeiro, que tudo fez para este evento dar certo até hoje.
Pena terem-se afastado das coleções propriamente ditas porque eram verdadeiros mestres. Matos Ribeiro partiu no final do ano passado, mas Abbondanza nunca largou as rédeas deste sonho que se tornou realidade para tantas e sempre novas gerações. Parabéns à sua dinâmica, assertividade e resiliência.

Esta é mais uma coleção da marca portuguesa sem género, denominada "1000mg", que se debruça no grunge e no equilíbrio entre o streetwear e a delicadeza, diz outra nota de programa. Os materiais eleitos são algodões, ribs, malhas, felpas e gangas, em tons de laranja, verde-água, castanho, preto, bege e vermelho.
No final do desfile, Marta Gonçalves veio agradecer os aplausos, de microfone em punho, declarando que a HIBU mais do que uma marca é uma comunidade de todos, e levando a assistência a juntar-se aos manequins e modelos ciclistas na passerelle, para a pedalada final que resultou numa festa quase rave.

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