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12 de fev. de 2020
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Moncler prepara-se para queda nas vendas na China

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Reuters
Traduzido por
Novello Dariella
Publicado em
12 de fev. de 2020

O fluxo de clientes nas lojas da Moncler na China diminuiu 80% desde o início da epidemia de coronavírus, informou a marca italiana especializadas em casacos. Outras marcas de luxo informaram que os seus resultados serão afetados pela crise relacionada com o coronavírus.


Moncler Genius 2020


Representantes da Moncler informaram os analistas que as vendas também foram afetadas pelo número decrescente de turistas chineses noutros mercados asiáticos: “Nas últimas duas semanas, os nossos negócios na China foram prejudicados; a situação atual é crítica", disse o diretor executivo e gestor de aprovisionamento da empresa, Luciano Santel. Felizmente, o crescimento foi ligeiramente superior ao esperado no quarto trimestre.

A Ásia é o maior mercado da marca e representa 40% da sua receita total.

Segundo o diretor executivo da empresa, Remo Ruffini, a Moncler implementará um plano de crise para todos os seus departamentos e pretende adiar os seus investimentos devido ao risco de transmissão do vírus. Só serão mantidos projetos essenciais.

A Moncler, assim como outras marcas de luxo, conseguiu compensar a queda nas vendas em Hong Kong devido aos protestos graças ao crescimento sustentado na China continental.

Mas, cidades inteiras da segunda maior economia mundial estão atualmente em quarentena. Os cancelamentos de voos são frequentes e muitos países proibiram a entrada de visitantes que estiveram na China recentemente.

A epidemia "teve um impacto significativo no fluxo de clientes e nas vendas em todos os centros comerciais da China onde a Moncler está presente, bem como no turismo chinês em todo o mundo", afirmou a empresa. Segundo Remo Ruffini, "atualmente é impossível prever quanto tempo essa situação vai durar".

A Moncler, uma das estrelas em ascensão do luxo já há alguns anos, graças ao reposicionamento implementado por Remo Ruffini, registou um crescimento de vendas de 13% a taxasde câmbio constantes no último trimestre de 2019, o mais importante da empresa.

Sobre uma possível aquisição pela Kering, Ruffini respondeu que "não há projetos em andamento"

A Moncler tem sido alvo de especulações sobre uma possível fusão após relatos publicados na imprensa em dezembro, citando negociações preliminares com a Kering, empresa proprietária da Gucci. Na altura, Remo Ruffini manteve um perfil discreto.

Na última segunda-feira (10), o CEO reiterou que "não há projetos em andamento" em resposta a uma pergunta sobre possíveis fusões e aquisições. No entanto, a Moncler revelou que deseja lançar um plano de fidelização aos acionistas, uma medida já usada por várias empresas italianas no passado para fortalecer o poder dos principais acionistas.

Segundo Luciano Santel, esta estratégia permitiria a Remo Ruffini, que detém mais de 22% da Moncler, aumentar os seus direitos de voto para 29,9% no caso de “uma possível associação com outras entidades” no futuro.

Em 2019, a faturação da marca atingiu 1,63 mil milhões de euros, enquanto as vendas em mesmas lojas aumentaram 7%, em comparação com 18% em 2018.

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