Movimento Fashion Revolution Portugal recolhe denúncias de trabalhadores da têxtil portuguesa de que roupa é feita noutros países e vem com etiquetas Made in Portugal

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Helena OSORIO

Publicado em
26 de abr. de 2023

A Fashion Revolution Week 2023 vai estar até ao dia 29 de abril em vários pontos do território português para apresentar, pela primeira vez, os resultados do Operação Portugal Inside Out, que incidem na realidade têxtil em Portugal. 

A Fashion Revolution Week estará presente na FAUL, UBI, ESAD, EMP, entre outras instituições e empresas, "com a missão de discutir o futuro da indústria da moda, ouvir, e criar soluções através de palestras em universidades, escolas, organizações, workshops e swap markets", diz o movimento em comunicado.

A FRWeek em Portugal e a Operação Portugal Inside Out revelam assim a realidade por detrás das cadeias de Fast Fashion Portuguesas e fábricas que produzem para empresas internacionais.

Alguns testemunhos anónimos desta iniciativa, como sejam de profissionais da indústria têxtil e de vestuário, estão já a ser revelados: “Enviávamos imensos camiões para a Turquia, Tunísia e Marrocos com as etiquetas a dizer Made in Portugal e a confeção era toda feita lá”, denuncia.

Neste âmbito, algumas destas denúncias estão a servir de “gatilhos nos vários debates de norte a sul do país. O formato das nossas conversas – às quais chamamos de circular talks – consistem em espaços de diálogo, dispostos em círculo, onde todas as pessoas têm a mesma voz”, acrescenta o comunicado.

O Fashion Revolution é assim um movimento global que visa sensibilizar o consumidor para o impacto social, ambiental e económico da moda, escrutinando as práticas da indústria a uma escala global, que objectiva mostrar uma mudança positiva em termos de ética e sustentabilidade nos produtores, marcas e público-geral. Portugal conta agora com uma equipa de 14 voluntários.