Mulberry foca-se na Ásia para impulsionar crescimento em 2019
A empresa britânica de carteiras Mulberry espera uma retoma das vendas no próximo ano graças, principalmente, às boas perspetivas na Ásia, de acordo com declarações do seu diretor geral à FashionNetwork.com.
Na semana passada, a Mulberry anunciou uma queda de 8% nas suas vendas no semestre, devido à fraqueza do mercado britânico e à perda das suas concessões na rede de grandes armazéns House of Fraser, que entrou com pedido de falência este ano.
"Na verdade, estamos em fase de crescimento... Devemos voltar a observar um aumento nas vendas no próximo ano", disse Thierry Andretta, diretor geral da Mulberry, durante uma entrevista nas vésperas da conferência sobre o luxo organizada pelo New York Times em Hong Kong.
A partir do próximo ano, a Coreia do Sul tornar-se-á o segundo maior mercado da Mulberry depois do Reino Unido, substituindo os Estados Unidos: a marca britânica abriu novas lojas e corners e agora conta com 19 pontos de venda no país asiático. Em setembro, a Mulberry substituiu o seu tradicional desfile de moda londrino por uma apresentação no K Museum of Contemporary Art, em Seul, que coincidiu com a abertura de lojas de retalho e uma pop up, que distribuíram coleções cápsula e uma seleção de peças da sua última coleção. De acordo com Thierry Andretta, a Mulberry quer continuar a explorar o apetite dos consumidores pelo "see now, buy now”, que consiste em viabilizar a compra dos produtos imediatamente após o desfile, conceito que a marca londrina considera uma evolução natural do mercado.
Olhando para o futuro, Thierry Andretta diz que o plano da Mulberry consiste em reduzir a sua dependência do Reino Unido, um mercado atingido pela fraca demanda e pelas preocupações relacionadas com o Brexit. Esse mercado representa cerca de 68% da sua faturação atualmente, mas Thierry Andretta pretende ver essa proporção cair para cerca de 50% dentro de três ou quatro anos.
"Estamos a voltar-nos para a Ásia porque é lá que está o crescimento", explica Thierry Andretta. Nos últimos tempos, a Mulberry também se desenvolveu em Hong Kong, China e Japão, e planeia abrir uma nova loja em Nova Iorque. A marca terá 53 lojas na Ásia até o final do ano, face a 29 no ano passado. A empresa também firmou parcerias com grandes retalhistas online chineses, como Toplife, a plataforma de luxo da JD.com, bem como Secoo e VIP.com.
De acordo com Thierry Andretta, as vendas online representaram 17% das vendas totais (contra 9% há quatro anos), um aumento de 5% em relação ao período de seis meses encerrado a 30 de setembro.
A equipa de criação da Mulberry é supervisionada por Johnny Coca, ex-diretor artístico dos artigos de couro da Celine. Thierry Andretta, um experiente executivo de moda que liderou a Lanvin e a Celine, foi contratado em 2015 para relançar a Mulberry. Além da expansão na Ásia, a sua estratégia é posicionar a Mulberry como uma marca líder no Reino Unido, que fabrica produtos com boa relação custo-benefício. Cerca de metade dos artigos da Mulberry são fabricados em Somerset, no sudoeste do Reino Unido, sendo o restante fabricado noutros países da Europa.
A Mulberry, conhecida pelas suas tradicionais carteiras de couro castanho com fivelas, foi fundada em 1971. A marca foi batizada com o nome da árvore perto da qual o fundador, Roger Saul, brincava todos os dias no pátio da sua escola. A marca é controlada pelos bilionários de Singapura Christina Ong e Ong Beng Seng.
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