
Helena OSORIO
5 de mai. de 2022
Museu Nacional do Traje: exposição temporária ‘Viver a sua Vida… Georges Dambier e a Moda’ até 30 de outubro em Lisboa

Helena OSORIO
5 de mai. de 2022
A exposição temporária “Viver a sua Vida… Georges Dambier e a Moda”, inaugurada na sexta-feira (6 de maio), ficará patente no Museu Nacional do Traje, em Lisboa, até 30 de outubro. Trata-se de uma mostra de moda e fotografia "como meio privilegiado de reflexão sobre o tempo e a memória", comissariada pela historiadora investigadora Anabela Becho, que apresenta a visão singular do fotógrafo-turista que passou por Lisboa, Georges Dambier, no contexto da época dourada da alta costura parisiense nos anos 1950. O retrato de uma sociedade em mudança.

O colóquio “Mode et Photographie de Mode à Travers les Yeux de Georges Dambier”, no dia da inauguração (6 de maio), e nas línguas portuguesa e francesa, arranca com uma visita guiada à exposição pela curadora doutoranda Anabela Becho e pelo conservador dos arquivos Georges Dambier Photos, Guillaume Dambier.
Entre os oradores convidados estão Sylvie Roy, PhD em Filosofia pela OISE (Ontario Institute for Studies in Education) da Universidade de Toronto; Julia Guillon, consultora responsável pelo Património na Balmain, especialista em Coleções e Arquivos de Moda; e Pedro Augusto, investigador no Museu Nacional de Etnologia.
A Associação ModaLisboa é parceira de comunicação.

Georges "Dambier foi dos primeiros fotógrafos a tirar as manequins dos estúdios, abandonando as poses fixas e as atitudes estereotipadas, mas sem descurar uma execução exigente e primorosa", diz o comunicado.
A exposição apresenta a visão de Georges Dambier de uma mulher livre e emancipada, através de uma seleção de 40 fotografias, organizadas em seis núcleos temáticos, como sejam o Espírito Couture; Uma mulher na cidade; Scénario: a fotografia de moda revelada; Real e Surreal: fotografia de moda, um universo entre realidade e fantasia; Convite à viagem: a moda no mundo segundo Georges Dambier; Portugal, 1957.
Foi precisamente no ano de 1957, que o "fotógrafo-turista" – um conceito vanguardista que teve o apoio da jornalista francesa da ELLE, Hélène Gordon-Lazareff, de origem judia russa – veio a Portugal, com a mulher Françoise (modelo), para levar a cabo uma reportagem de moda, onde insere as modelos em locais icónicos de Óbidos e Nazaré, entre outros, lado a lado com as gentes locais.

Dois anos antes da viagem a Portugal, Georges Dambier abre o próprio estúdio com laboratório, gabinete criativo e publicitário, colaborando com a ELLE e outros periódicos de moda como Le Jardin des Modes ou Marie-France, e criando uma obra singular que se eterniza na história da cultura de moda dos anos 50 do século XX. Assim era também a vida seminómada e multifacetada dos grandes fotógrafos até ao limiar do século XXI, antes do digital mudar o mundo.
As 39 fotografias a preto e branco do vulto francês distribuem-se por uma sala entre a entrada do edifício do museu e a bilheteira, figurando no interior do museu mais quatro obras a cores; e marcando Lisboa como espaço de passagem com um contributo de alta costura parisiense do período que ficou conhecido por L'Âge d'Or e suas revoluções.
Esta exposição insere-se na programação da Temporada Cruzada Portugal - França 2022 e conta com a colaboração de diversas entidades nacionais e francesas.
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