Natura aumenta vendas apesar das quedas globais
A empresa brasileira de beleza, Natura & Co, que detém as marcas Natura, The Body Shop, Aesop e Avon, reportou "resultados resilientes" no quarto trimestre, com um crescimento de vendas em moeda constante, embora tenham continuado a cair em termos declarados e registado uma perda líquida.

A receita líquida consolidada foi de 10,39 mil milhões de reais (1,8 mil milhões de euros / 1,98 mil milhões de dólares), alta de 3% em moeda constante, mas queda de 10,8% em reais, sustentada pelo crescimento de dois dígitos em moeda constante da Natura &Co Latam e da Aesop.
A margem Ebitda ajustada foi de 10,5%, 2,8 pontos percentuais inferior ao ano passado, "refletindo um ambiente difícil e de investimentos contínuos".
O prejuízo líquido foi de 890,4 milhões de reais, após um lucro de 695,5 milhões de reais no ano anterior, embora o grupo tenha fechado o trimestre com uma boa gestão de caixa de 6 mil milhões de reais.
Entre os destaques do trimestre está a entrada bem-sucedida da Aesop no mercado chinês, "com resultados iniciais que superaram as expectativas".
"No cenário difícil que estamos a enfrentar em 2022, decidimos a meio do ano reavaliar o modelo de crescimento do grupo para entrar num novo ciclo de estabilização. Continuamos a experimentar um momento muito forte na marca Natura, principalmente no Brasil, e na Aesop, além de resultados muito bons da Avon na categoria de beleza na América Latina, o que reforça a nossa confiança no potencial da segunda onda de integração dos nossos negócios na região", declarou o CEO Fabio Barbosa.
"Na The Body Shop, estamos a redimensionar o negócio, focando a eficiência e modelo básico de venda no retalho face às dificuldades que se têm vivido com o mix de canais", acrescentou.
Esta última declaração veio quando a receita líquida da The Body Shop caiu 8,4% em moeda constante (20,6% em reais) no quarto trimestre, "marcando uma melhoria sequencial em relação ao trimestre anterior". As vendas combinadas nos principais canais de distribuição de negócios (lojas, comércio eletrónico e franquias) caíram 4,8% em moeda constante, enquanto que a The Body Shop at Home "está a voltar aos níveis pré-pandemia". A margem Ebitda ajustada ficou em 21,4%, uma queda de 80 pontos base em relação ao ano anterior, mas um resultado melhor do que a queda de 1.170 pontos base no terceiro trimestre.
No início de 2023, a administração anunciou o fecho do negócio At-Home nos Estados Unidos e do centro de distribuição do Reino Unido e, em fevereiro, a unidade anunciou uma reestruturação da gestão global e cortes no quadro de funcionários.
Já a Aesop fechou mais um trimestre de crescimento de dois dígitos em moeda constante, +18,2%, mas caiu -2,1% em reais. Todas as regiões registaram um crescimento de dois dígitos, com vendas de fragrâncias a crescer mais que o dobro do ritmo global. A margem Ebitda ajustada do quarto trimestre foi de 28,6%, um aumento de 1,9 ponto percentual.
As vendas líquidas da Natura &Co na América Latina cresceram 10,6% em moeda constante e caíram 3,2% em reais. O crescimento a taxas constantes foi impulsionado pelo aumento de dois dígitos da marca Natura, que cresceu 17,5%, e um leve aumento de 2,2% da marca Avon.
A receita da Avon Internacional caiu 9,9% em moeda constante e 23,8% em reais. Esta queda "continua a refletir a situação na Ucrânia" (excluindo o país, as vendas em moeda constante caíram 6,2%). As regiões TMEA e APAC registaram um crescimento ano a ano, enquanto que a Europa Ocidental apresentou desempenho mais suave.
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