Nike tem fortes vendas globais e bate estimativas de lucro e receita

A receita e o lucro trimestral da Nike Inc. superaram as estimativas dos analistas, graças à forte procura nos seus mercados internacionais e a iniciativas como a venda direta aos clientes.

As ações do componente da Dow subiram quase 2% no comércio estendido. Estas haviam fechado em baixa de 3% a 64,42 dólares no pregão regular, depois de o investidor William Ackman, da Pershing Square, sair da empresa com um lucro de cerca de 100 milhões de dólares. As vendas aumentaram 24,3% na China no terceiro trimestre encerrado a 28 de fevereiro, enquanto na Europa subiram 19,4%.

Os mercados internacionais ajudaram a compensar uma queda de 6% nas vendas na América do Norte, onde a Nike enfrenta uma competição acirrada com a rival Adidas. A receita da região tem vindo a diminuir há três trimestres consecutivos, com uma queda de 6% no último. "À medida que encerramos o terceiro trimestre, vemos agora uma reversão significativa da tendência de queda na América do Norte", disse Mark Parker, CEO da empresa, em comunicado.

Numa call sobre os resultados da empresa, Mark Parker falou sobre as estratégias e inovações futuras, como a parceria com a Amazon e o lançamento de uma linha aprimorada da Nike Air. Parker disse que espera aumentar o negócio em "vários milhares de milhões de dólares nos próximos anos”. "A maior escala dessas plataformas criará um impacto maior nos nossos negócios no quarto trimestre e além".

No entanto, no trimestre encerrado recentemente, a empresa reportou um prejuízo líquido de 921 milhões de dólares, ou 57 cêntimos por ação, em comparação com um lucro de 1,14 mil milhões de dólares, ou 68 cêntimos por ação, um ano antes.

A empresa registou um encargo único de 2 mil milhões de dólares no trimestre reportado, relacionado com a lei tributária americana recentemente aprovada. Excluindo a cobrança, a empresa ganhou 68 cêntimos por ação e a receita subiu 6,5% para 8,98 mil milhões de dólares. Os analistas esperavam um lucro ajustado de 53 cêntimos de dólar por ação e uma receita de 8,85 mil milhões de dólares, de acordo com a Thomson Reuters I/B/E/S.

Os resultados encerraram uma semana turbulenta para a Nike, que teve a saída de dois dos seus principais executivos por má conduta. O presidente da marca Nike, Trevor Edwards, renunciou e foi seguido por Jayme Edwards, vice-presidente de categorias globais, que também deixou a empresa. "Houve uma conduta inconsistente com os princípios da Nike e estamos a tomar as medidas apropriadas", declarou um porta-voz da marca. A empresa não abordou este assunto no comunicado dos resultados. 

Na quinta-feira (22), foi também informado que o investidor William Ackman vendeu a sua pequena participação na empresa com sede em Portland, Oregon, nos Estados Unidos. O fundo do investidor multimilionário, Pershing Square Capital Management, teve um lucro de cerca de 100 milhões de dólares quando retirou a sua participação de 0,71% na empresa de roupa desportiva, disse na quinta-feira uma fonte com conhecimento sobre o assunto.

Ha dois meses, o investidor ativista disse a clientes que a Pershing Square adquiriu participação passiva na Nike no final de 2017, quando as ações estavam a ser negociadas a 53 dólares e que a aposta já havia rendido um ganho de 30%. A Nike não comentou sobre a venda da participação no seu release de resultados.

Reportagem adicional de Benjamin Fitzgerald