Nuno Gama, Valentim Quaresma, Nuno Baltazar e Gonçalo Peixoto encerram a ModaLisboa Oasis em beleza

Por

Helena OSORIO

Publicado em
12 de out. de 2022

Nuno Gama, Valentim Quaresma, Nuno Baltazar e Gonçalo Peixoto apresentaram as suas novas coleções para a estação de primavera-verão 2023, no último dia de desfiles da ModaLisboa Oasis, no domingo (9 de outubro), encerrando a Lisboa Fashion Week com glamour, distinção e novas ideias.

Por ordem de entrada começamos por Nuno Gama que apresentou a coleção "Lisbon-X" num grande elogio à capital portuguesa com looks masculinos para todos os gostos e estilos. Num "jogo entre a desformalização e a elegância do vestuário, permitindo construir em contraposição de formas e de volumes, enaltecidos por matérias cada vez mais conscientes da eterna virilidade masculina, que vão desde os clássicos, como lãs e algodões, a novos sintéticos", refere Gama sobre a coleção.

"Enquanto o mundo se agita e contorce, a paradísica Lisboa respira e inspira de braços abertos, onde, com todos os sabores, línguas e cores, os seus novos apaixonados, geometricamente, redesenham o mapa da cidade", diz, acrescentando: "Entre as colinas e o casario, escuta-se o trinar das guitarras, mas é deste novo polígono que a cidade emerge na sua evolução de liberdade, de sentimento e da aventura do crescimento pessoal que ilumina o universo", explica melhor o designer de Azeitão.

Valentim Quaresma esquece a cidade cosmopolita e vai buscar inspiração a uma época atual com reminiscências algo recônditas trazidas quiçá por viajantes do tempo, à imagem de guerreiros desertados ou mesmo de sacerdotisas / ativistas perseguidas como bruxas, que assolam os dias de hoje em conflitos mundiais. O próprio título da coleção "Invisible Maze" (Labirinto Invisível) sugere-o.

Trata-se de "uma coleção onde se projeta um processo criativo de experimentação, de tentativa e erro, para chegar a um resultado que reflita um universo anacrónico, resultante da influência da atualidade política e social", reforça Quaresma, referindo as suas opções em peças fabricadas em alumínio, cabedal, camurça e sarja, em preto, castanho, verde e uva.

Nuno Baltazar apresentou a coleção "South Garden" (Jardim do Sul), cheia de cor e dinâmica, onde o designer lisboeta "explora alguns dos seus códigos mais delicados e femininos, em desenvolvimentos de novas silhuetas sofisticadas, mas effortless e descontraídas", diz sobre a coleção.

"Os detalhes demi-couture são apresentados em looks desconstruídos, coordenados com peças casual e urbanas. Silhuetas oversized coexistem com apontamentos tridimensionais, folhos jabot, laçadas e franzidos. Texturas secas e aéreas em pontos tafetá e organza contrastam com telas estruturadas em sarja de algodão ou crepes satin, fluídos e com toque líquido", acrescenta sobre a coleção festiva de alta costura, numa paleta de cores neutras como preto, caqui, conhaque e canela em oposição com diferentes tons de rosa, violeta, laranja e verde e amarelo fluor.

"South Garden reflete a geografia emocional e fantasiosa da protagonista de Grey Gardens, o documentário de 1975 que retrata a história de duas aristocratas americanas, mãe e filha, ambas chamadas Edith Beale, que viveram em pobreza numa mansão decadente em East Hampton", frisa ainda. Entre a realidade e a fantasia.

Por fim, o designer portuense Gonçalo Peixoto fecha a ModaLisboa Oasis, surpreendendo com "Sometimes I Just Wanna Kiss Girls" (Às vezes só quero beijar meninas), uma coleção de quase ninfas "que começou por ser um manifesto, uma intenção ou um mood" , transformando-se no mote transversal a todas as coleções de Gonçalo Peixoto", releva a ModaLisboa no site.

"É desta forma que o designer declara o fim dos conceitos: a cada coleção, vai continuar a explorar a sua identidade enquanto marca, sem imposição temática ou conceptual", conclui a associação da moda portuguesa que está de parabéns por mais uma edição cheia de momentos felizes.