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Estela Ataíde
Publicado em
4 de out. de 2017
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O Rococo ‘n’ Roll da Louis Vuitton

Traduzido por
Estela Ataíde
Publicado em
4 de out. de 2017

Num momento em que um rumor cada vez mais ruidoso sugeria que a posição de Nicolas Ghesquière na Louis Vuitton podia estar em risco, o criador apresenta uma verdadeira coleção de sucesso. 


Louis Vuitton PV18 - - Photo: PixelFormula


 Uma mistura improvável, mas bonita, da sua matéria-prima favorita – roupas desportivas elegantes – com trajes barrocos do século XVIII e um toque de Rococo ‘n’ Roll. O resultado é uma excelente coleção, que rompe paradigmas e será extremamente influente a nível global.
 
Abrindo com deslumbrantes casacos redingote bordados, dignos dos maiores dandys ou cortesãs da corte do Rei Sol, embora com um corte que permite que uma mulher ocupada se mexa sem dificuldade. O primeiro look disse tudo: um casaco redingote em prata brilhante, combinado com calções de corrida azul-turquesa e ténis altos ergonómicos, decorados no calcanhar com pequenas etiquetas LV. Todos os casacos foram desenhados com punhos à francesa, deixados desabotoados.

“Explorar a forma de incorporar os trajes na moda moderna, num guarda-roupa urbano. Anacronismo com uma pitada de romanticismo. Acho que todos precisamos disso nos dias que correm”, disse Ghesquière lá fora, ao ar livre, enquanto posava para os fotógrafos com Jennifer Connelly, Cate Blanchett e Alicia Vikander.
 
O estilista revelou que uma visita ao Metropolitan Museum, em Nova Iorque, para estudar as roupas do século XVIII, foi uma enorme inspiração. “Gostei de misturar essa extravagância nas roupas desportivas que atualmente fazem parte do guarda-roupa de toda a gente. Gosto de ver mulheres a usar ténis com um look extremo, como estes casacos masculinos franceses e ingleses”, disse sorrindo.
 
De vez em quando, o criador apresentou de repente alguns esculturais looks monocromáticos em couro, com silhuetas de peças de xadrez, ou algumas t-shirts de festivais de rock, que mantinham o público curioso. Tudo isto conduziu a um final dramático: um quarteto de vestidos cocktail feitos de misturas de seda branca e malha prateada, com cortes fluidos e soltos, mas ainda assim muito sexy. O oposto das suas recentes coleções, extremamente rigorosas, muito adoradas pela primeira-dama francesa, Brigitte Macron, que não assistiu ao desfile.
 
Ghesquière também acrescentou à mistura muitas carteiras excelentes, umas em couro dourado e outras em couro granulado. Apropriadamente, o desfile decorreu no Louvre, no Pavillon de l’Horloge, que é na prática um corredor imensamente longo construído em torno de uma gigantesca parede da cidade medieval, situado debaixo do museu. O elenco de modelos (um excelente grupo de bonitas caras desconhecidas) desfilou pela passarela de vidro pouco iluminada ao som de poderosa música de orquestra.
 
A coleção é a primeira de Ghesquière desde que a sua diretora criativa Natacha Ramsay-Levi partiu para assumir novas funções na Chloé. E foi possível sentir um Ghesquière liberto, apresentando a sua melhor coleção para a Vuitton desde os seus desfiles épicos da época em que trabalhava na Balenciaga. Questionado sobre se a partida de Ramsay-Levi o libertou, respondeu educadamente. “Senti a falta dela, mas acho que nos libertou a ambos.”

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