Ansa
Helena OSORIO
30 de mar. de 2022
O boom do sportswear na China
Ansa
Helena OSORIO
30 de mar. de 2022
Camisolas de capuz com caracteres chineses apelativos. Casacos cobertos com riscas de tigre. Calçado com motivos florais tradicionais. O vestuário desportivo Made in China é a última moda entre as gerações mais jovens do país, que começam a mudar de marcas internacionais para marcas produzidas localmente.

Por detrás desta moda chinesa, chamada 'guochao', está uma próspera indústria e mercado de vestuário desportivo chinês, alimentado em parte pelos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim 2022, que surgem como uma nova força motriz para o crescimento económico do país.
A Anta Sports, uma marca chinesa de vestuário desportivo, divulgou os seus números a 22 de março, mostrando que as receitas em 2021 atingiram 49,3 mil milhões de yuan (6,95 mil milhões de euros), um aumento de 38,9% numa base anual. Segundo a Euromonitor, uma empresa de pesquisa de mercado global, a Anta Sports detinha 16,2% da quota de mercado de vestuário e calçado de desporto da China em 2021, ultrapassando os 14,8% da Adidas e aproximando-se dos 25,2% da Nike, que representava a maior quota.
Com o aumento das marcas nacionais vem uma maior procura. "Continuaremos a encorajar a inovação tecnológica nos desportos de desempenho e a proporcionar a melhor experiência de produto aos consumidores com diferentes poderes de compra", disse Wu Yonghua, diretor executivo da Anta Sports.
Outros intervenientes no mercado, tais como Li-Ning e Xtep, também merecem ser considerados. A Xtep não cedeu sob a crescente pressão descendente sobre a economia chinesa, exacerbada por surtos esporádicos de COVID-19. Pelo contrário, as suas receitas duplicaram desde 2017, ultrapassando os 10 mil milhões de yuan (1,41 mil milhões de euros) pela primeira vez em 2021.
A Shuhua Sports – fornecedora oficial de equipamento de fitness para os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim 2022 – lançou recentemente o seu plano estratégico para 2030, prometendo atingir 10 mil milhões de yuan em vendas até esse ano. "O mundo está agora familiarizado com várias marcas chinesas graças a Pequim 2022, uma vez que mais marcas e produtos locais ganharam reconhecimento internacional", explicou Zhang Weijian, CEO da Shuhua Sports.
A ascensão de marcas locais contribui para as perspetivas róseas da indústria de vestuário desportivo da China a longo prazo. "O crescimento contínuo das marcas nacionais irá melhorar ainda mais as cadeias de abastecimento a montante e a jusante, estimulando assim o progresso económico e social regional", disse Zhang Qing, fundador da consultora desportiva Key-Solution, acrescentando que é provável que surja na próxima década um núcleo de vestuário desportivo com influência global no sudeste da China, onde muitos fabricantes do sector estão concentrados.
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