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Traduzido por
Estela Ataíde
Publicado em
15 de set. de 2017
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O volume tropical de Marc Jacobs

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AFP-Relaxnews
Traduzido por
Estela Ataíde
Publicado em
15 de set. de 2017

Deixem com Marc Jacobs a tarefa de fechar a tranquila temporada de Nova Iorque com o desfile mais inventivo da semana da moda.

Marc Jacobs - primavera-verão 2018 - Coleção Feminina - Nova Iorque - © PixelFormula


Não que ele tenha causado uma explosão, considerando que o desfile decorreu praticamente sem som, à medida que as modelos marchavam em torno do gigante Uptown Armory, na Park Avenue. Normalmente, os designers constroem grandes cenários neste espaço gigantesco. Em vez disso, Jacobs deixou-o completamente vazio, com apenas uma única fila de cadeiras dispostas em círculo ao redor da sala e um elenco de 56 modelos que marchavam pelo chão de pinho.

A coleção, por seu lado, transbordava entusiasmo visual. Jacobs pode recuperado muitas das suas ideias mais emblemáticas – dos excêntricos tecidos axadrezados aos maxi botões que o designer adora -, mas ainda assim a coleção pareceu bastante inovadora. O seu elenco de modelos hipsters nova-iorquinos desfilou com turbantes torcidos e coloridos e chapéus tribais africanos.

Os volumes eram enormes – golas de camisas com mais de 10 centímetros, fatos elefantinos e cardigans até aos joelhos. Também os sacos de viagem e as bolsas de colocar à cintura de Jacobs eram muito volumosos e os cintos praticamente arrastavam-se pelo chão.

O designer usou os seus tecidos axadrezados em casacos gigantes que lembram casulos e impermeáveis ovais – misturando peças sportswear com alfaiataria. Muito decorado com uma nova versão desportiva do logotipo da marca.
“Transformar fantasia em realizada através de silhuetas desportivas exageradas, decadentes e exóticas. Esta coleção é o re-imaginar de coleções passadas, algures para lá da paisagem urbana da cidade de Nova Iorque”, explicou Jacobs nas notas do programa.

Parecia que os seus tecidos estampados com flores e folhas eram provenientes de uma viagem de compras a um mercado senegalês, embora fossem versões abstratas e feitas de misturas de nylon, seda e jersey. Depois, pelas mãos do mestre milliner Stephen Jones, foram esculpidos na mais notável chapelaria que vimos em Nova Iorque esta década.

Acima de tudo, havia a sensação de um designer a trabalhar afincadamente. De um criador determinado a colocar a sua marca de novo no caminho certo, após ter perdido, segundo estimativas dos analistas, cerca de 80 milhões de dólares no último ano.

Todos estavam presentes no desfile, de Courtney Love ao próximo CEO da marca, Eric Marechalle, que começa o seu novo emprego em Nova Iorque a 2 de outubro.

“Soberbo! Acho que o que vimos hoje foi o trabalho de um génio criativo. O meu trabalho é certificar-me de que mais pessoas entendem plenamente todos os aspetos do seu taleto, para que depois possam encontrar todos os seus entusiasmantes produtos quando estes chegarem às lojas”, disse Marechalle, que abandonou o desfile para participar num evento relacionado com o seu emprego atual, como CEO da Kenzo. Uma festa sob o tema “castidade de caridade”, escrita e encenada por Natasha Lyonne, no coração do Lower East Side.

“A Kenzo foi uma ótima experiência. Agora estamos muito contentes por vir para Nova Iorque, que é um desafio entusiasmante. A Mac Jacobs é uma marca genial”, disse sorrindo o executivo, que irá mudar-se com a família para um loft na baixa de Manhattan.

 

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