OCDE alerta que a economia mundial sofrerá "durante anos" devido ao COVID-19

A economia mundial sofrerá "duranteanos" e é “pouco realista" pensar que irá recuperar rapidamente, alertou o secretário-geral da OCDE, Angel Gurria, em entrevista à BBC na segunda-feira (23 de março).

Segundo Gurria, as últimas previsões da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), contemplavam que, no início de março, uma pandemia prolongada e grave de COVID-19 reduziria o crescimento mundial para apenas 1,4% este ano, já parecendo desactualizadas e optimistas demais.
 
Em novembro do ano passado, antes do início do surto, a OCDE ainda estimava que o crescimento do produto interno bruto (PIB) global deste ano seria 2,9%, que era o nível desde a crise financeira de 2008/2009.
 
"Mesmo se não tivermos uma recessão mundial, teremos crescimento nulo ou negativo em muitas economias, incluindo as maiores, então a recuperação durará mais tempo", disse Gurria.
 
De acordo com o secretário, as incertezas associadas à pandemia, que paralisam as atividades em todo o mundo, uma vez que muitos países estão a entrar em quarentena ou a reforçar as suas medidas, tornam o choque económico mais sério do que o período pós ataques de 11 de setembro de 2001, ou do que a crise financeira de 2008.
 
No sábado (21), Gurria pediu um esforço "internacionalmente coordenado" para tentar mitigar esse enorme impacto da pandemia. "Este é o terceiro e maior choque económico, financeiro e social do século XXI e exige um esforço global moderno semelhante ao Plano Marshall e ao New Deal combinados para evitar uma recessão prolongada", ressalvou.