OMC prevê queda de até 32% no comércio mundial

Segundo a Organização Mundial do Comércio (OMC), o coronavírus COVID-19 deve prejudicar mais o comércio mundial do que a crise financeira de 2008-2009, mas espera-se que haja uma recuperação no próximo ano, desde que os países cooperem.

A instituição prevê uma queda de 13% a 32% no comércio de mercadorias, percentagem cuja amplitude reflete a incerteza do momento atual sobre o impacto da crise da saúde que afeta grande parte dos países do mundo.

"Os números são inegavelmente maus", disse o diretor-geral da OMC, Roberto Azevêdo, em comunicado. "Mas, é possível uma recuperação rápida e vigorosa. As decisões de hoje determinarão o formato da recuperação e as perspectivas de crescimento global", acrescentou,  ressalvando a importância de manter os mercados abertos e evitar incertezas, a fim de incentivar o investimento. "Se os países trabalharem de mãos dadas, cresceremos muito mais rápido do que se cada um agir sozinho".
 
Até 2021, a organização internacional sediada em Genebra disse que espera que o comércio recupere entre 21% e 24%, e explicou que a extensão da recuperação dependerá em grande parte da duração da pandemia e da eficácia das medidas aplicadas para limitar seu impacto económico.
 
A OMC confirmou que, 2019, terminou com uma queda de 0,1% no comércio, como resultado das tensões comerciais entre os EUA e China e a desaceleração do crescimento mundial. Em outubro, a organização previa um crescimento de 2,7% no comércio mundial em 2020, após o aumento de 1,2% esperado em 2019.
 
O comércio de serviços não foi considerado nas previsões da OMC que acredita que, este, possa ser ainda mais afetado do que o comércio de mercadorias, devido às restrições no transporte e no turismo.