Par de sneakers calçado por Michael Jordan foi vendido por valor recorde de 2,2 milhões de dólares

Um par de sneakers calçado pelo lendário ex-basquetebolista norte-americano da liga National Basketball Association (NBA), Michael Jordan, durante a sua última final de campeonato com o Chicago Bulls, em 1998, foi vendido por um recorde de 2,2 milhões de dólares, na terça-feira (11 de abril), anunciou a casa de leilões Sotheby's. São os "ténis desportivos mais caros já vendidos", de acordo com um comunicado da empresa.

Com este preço, a ex-estrela do Bulls confirma o seu estatuto de rei dos leilões de roupas desportivas colecionáveis, batendo o próprio recorde de sneakers (1,4 milhões de dólares em 2021). É também dono da camisa mais cara (10,1 milhões de dólares em setembro de 2022), com a venda de uma das que também usou durante a sua última vitória no título da NBA, em 1998.

Para estes sneakers, uma única oferta, no valor de 1,8 milhões de dólares, tinha sido apresentada pouco depois do início da venda, que estava a decorrer na Internet desde o dia 3 de abril. Incluindo taxas e comissões, o preço total chegou a 2.238.000 de dólares, quase 1 milhão de dólares a mais do que o recorde anterior para calçado usado ​​em jogos. Estes Bred (de "Black and Red") Air Jordan XIII, assinados pelo jogador, são emblemáticos da última final vencida pela franquia de Chicago com Michael Jordan, em 1998, frente ao Utah Jazz.

"Nostalgia"

A estrela do basquetebol americano calçou-os durante o segundo jogo, em Salt Lake City, episódio contado no documentário de sucesso "The Last Dance", lançado em 2020 na Netflix e ESPN. Em estádio adquirido do Jazz, o Bulls venceu por 93 a 88, graças aos 37 pontos de Jordan. A Sotheby's colocou assim a estimativa mais alta, entre 2 e 4 milhões de dólares.

Segundo a casa de leilões, Michael Jordan havia oferecido o par após o encontro a um sortudo, mas este já não era o dono no momento da venda. A Sotheby's não divulgou imediatamente nenhuma informação sobre o vendedor ou comprador.

A venda coincidiu com a estreia nos cinemas americanos do filme "Air", de Ben Affleck, sobre a história da parceria iniciada em 1984 entre a Nike e Michael Jordan, então jovem potencial recém-saído da universidade, graças ao talento de Sonny Vaccaro, interpretado por Matt Damon.

Quase 40 anos depois, a associação cria um império que registou 5,1 mil milhões de dólares em receita no ano passado apenas com a marca Jordan. Para Brahm Wachter, que dirige o departamento de streetwear e colecionáveis ​​modernos da Sotheby's, o sucesso do jogador em leilões está ligado ao facto de que "muitas pessoas, quando pensam em Michael Jordan a jogar nos anos 80 e 90, têm uma nostalgia única desse período.

Ainda segundo o vice-presidente da Sotheby's, "muitos" colecionadores endinheirados estão agora interessados ​​neste "mercado emergente" de memorabilia desportiva, uma tendência que segundo ele acelerou desde a pandemia de COVID-19 em 2020.

"Temos clientes estabelecidos em categorias que vão desde pinturas de mestres antigos até arte contemporânea que estão a participar", acrescentou.

O apetite do comprador elevou os preços: uma camisa de LeBon James, basquetebolista norte-americano que atua como ala pelo Los Angeles Lakers – vestida em 2013 com o Miami Heat – foi vendida por 3,7 milhões de dólares em janeiro passado; outra usada com o Lakers pelo basquetebolista norte-americano Kobe Bryant – ala-armador no Los Angeles Lakers da National Basketball Association – foi vendida por 5,8 milhões de dólares, em fevereiro; ou ainda a túnica azul ostentada pelo capitão da seleção argentina – o futebolista argentino Diego Maradona que faleceu em 2020 – durante um jogo da Copa do Mundo de 1986, em que crucificou Inglaterra, foi vendida por 9,3 milhões de dólares em 2022.