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Novello Dariella
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28 de set. de 2022
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Paris Fashion Week inicia com a moda desenfreada de Weinsanto e Maitrepierre

Traduzido por
Novello Dariella
Publicado em
28 de set. de 2022

Após o fecho da Milano fashion Week e uma parada em Londres para o desfile da Burberry, a maratona de moda continua em Paris. Na noite de abertura, na segunda-feira (26 de setembro), a criatividade foi solta com os desfiles desenfreados de Victor Weinsanto e Alphonse Maîtrepierre, dois novos nomes promissores, que revisitam livremente os códigos da alta costura.


Weisanto


Coincidentemente, ambos foram apadrinhados por Jean-Paul Gaultier com quem estudaram, e certos elementos do "enfant terrible da moda" puderam ser percebidos implicitamente nas duas coleções. Como o espartilho, assinatura de Weinsanto, que reformulou em minivestidos com bustier de algodão ou cetim, atados na frente e nas costas. Também notamos alguns acessórios comuns a ambas as coleções, como as luvas em tule transparente cheias de glamour.
 
Com o seu senso de palco, Victor Weinsanto preparou nas dependências do 35-37, o centro criativo do Dover Street Market, um verdadeiro evento, recebendo em seu pódio amigos estilistas e performers do mundo LGTB e das noites parisienses. As drag queens Paloma e "La Grande Dame", em fatos cor camelo abertos e desabotoados, participaram, assim como a artista e estilista australiana Michaela Stark, quase completamente nua sob um fino véu transparente, o corpo amarrado com uma longa trança. A sedutora Allanah Star, ex-líder da revisão, apareceu com um roupão cor da pele.
  
Os amigos estilistas também pisaram o palco como reforços. Charles de Vilmorin, o jovem diretor criativo da Rochas, não passou despercebido, vestido de preto com um livro na mão e com uma enorme escultura de metal suspensa por cima da cabeça, através de fios de ferro amarrados ao peito. Assim como Florentin Glémarec e Kévin Nompeix, a dupla à frente da marca Egonlab, de mãos dadas, um com uma malha dentro de uma perna da calça e o outro de macacão branco forrado com botões de pressão, além de Vincent Pressiat, outro jovem prodígio da moda parisiense.

O clima foi festivo com personagens coloridos, desde uma ninfomaníaca com seios desnudos e saia com abertura até ao alto da coxa, a silhuetas neobarrocas em vestidos com cestos de outrora, revistos em versão assimétrica com a gaiola de vime meio-descoberta. A este extravagante guarda-roupa não faltaram acessórios de grandes dimensões, como algumas bolsas rígidas oblongas ou triangulares como um guarda-chuva, e chapéus enormes feitos de várias dezenas de metros de tule, que se erguem como um leque acima da cabeça.
 

Maitrepierre


Encontramos esse mesmo desejo de divertir em Alphonse Maitrepierre, mas com um toque adicional de poesia. Para a estação de primavera-verão 2023, o jovem designer inspirou-se no conto "Peau d’âne" (Pele de Asno) e no famoso filme de Jacques Demy, mas novamente de forma indireta, com um cavalo recriado a partir dum tecido florido, usado como capa ou xale sobre um macacão justo com o mesmo padrão. A boca do cavalo também foi vista em forma de bolsas.
 
O vestido "couleur temps" do famoso conto transformou-se num belo conjunto de calça azul celeste, revelando o abdómen, e o vestido "couleur du soleil", ficou longo e esvoaçante em seda dourada. O modelo do vestido mágico com seu decote balconnet brilhou num espírito mais moderno e quase desportivo. Ultra curto, quase um top.
 
O estilista alternou roupas desportivas justas e outras muito estruturadas, criando novos volumes, principalmente através de blusões curtos largos ou remodelados e levemente cingidos. Também deslizou a roupa nos ombros, às vezes apenas com as alças caídas, para recriar a silhueta "peau d’âne" cobrindo-se com o seu casaco. "O meu ponto de partida para recriar algo contemporâneo são sempre os arquivos antigos. Aqui, quis reescrever a história à minha maneira", disse o estilista nos bastidores.
 

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