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Helena OSORIO
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25 de jan. de 2021
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Paul Smith revigora maiores êxitos para segunda metade do século

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Helena OSORIO
Publicado em
25 de jan. de 2021

Poucos designers se podem gabar de terem entrado no segundo meio século de carreira, mas Sir Paul Smith pode, e fê-lo esta semana, celebrando numa coleção revivalista de moda masculina muitos dos seus maiores êxitos. O coroado cavaleiro da moda, aquando da sua nomeação como Designer Real para a Indústria em 1991, o qual atravessou várias épocas, e géneros musicais, incluindo o Two Tone e Northern Soul, apresenta agora uma coleção impressionantemente vestível.


Look Paul Smith da sua nova coleção para o outono-inverno 2021/2022 apresentada em Paris. Foto: Paul Smith - DR

 
"É uma coleção muito Smithy (típica de Paul Smith). Porque passei o ano inteiro confinado neste estúdio, por vezes sozinho, sem viajar, sem restaurantes e com museus fechados. Por isso, decidi explorar todas estas subculturas britânicas, mas de uma forma moderna, com uma mistura Paul Smith de padrões estratificados", explicou Paul Smith durante uma conferência telefónica a partir de Londres.
 
Embora radicado em Londres, Smith tem apresentado as suas coleções masculinas em Paris há muitas décadas. Mantendo a tradição, revelou o seu desfile de moda em vídeo durante a Paris Fashion Week - Mode Masculine, inteiramente digital, no site oficial da Fédération de la Haute Couture et de la Mode (FHCM).
 
"Sem zoom! Continuo a usar um lápis", riu Sir Paul Smith, que apresentou vários fatos tartan exemplares ao som do grupo musical The Specials. O fundador da banda, Terry Hall, é conhecido pelo amor a trajes perfeitamente cortados.

Smith foi também inspirado pelo movimento Mods com casacos chiques que funcionavam eles próprios como uma referência aos casacos da Brooks Brothers Ivy League, bem como aos casacos curtos.
 
Como muitos dos colegas, o designer britânico pôs o seu olhar no angorá, a lã preferida desta estação, mas deu-lhe um toque de grunge. Também se reapropriou da tradicional capa de chuva, reinventando-a em caxemira e lã.

"A indústria dos fatos está a atravessar tempos difíceis. Preferimos imaginar casacos inspirados em vestuário de trabalho, apesar de os nossos serem feitos de tecido Loro Piana", explicou Paul Smith, que também propôs casacos de trabalho inspirados em peças tradicionalmente usadas pelos mineiros. Na altura, eram feitos com ombros reforçados com couro, permitindo aos trabalhadores transportar as suas pesadas cargas. Mas a versão de Paul Smith vem em caxemira laranja tecida a partir de lã, e é usada com um novo mocassim com solado em crepe natural.
 
Como lembrança do início da sua primeira boutique em Nottingham, Paul Smith até produziu algumas camisas havaianas. "Nessa altura, os fãs do Wigan costumavam vir à minha loja aos sábados, amontoados na Ford Cortinas, para comprarem camisas havaianas para dançarem e festejarem toda a noite", sorriu.

Show digital de Paul Smith para o outono-inverno 2021 


E a nostalgia das viagens ao estrangeiro refletiu-se numa série de motivos tecidos com a técnica de tingimento ikat, revisitada em versões abstratas e feita em Como, Itália. Paul Smith descobriu o padrão ikat durante a sua primeira viagem à Índia nos anos 70.
 
"Enchi uma mala com ikats e cheguei a casa encantado, antes de descobrir que, em Southall (um distrito no oeste de Londres), estes podem ser comprados em todo o lado na comunidade indiana. Eh, eh!" riu o costureiro.
 
No início do seu segundo meio século de carreira, Sir Paul Smith alguma vez pensou em reformar-se? "Aposentadoria? Nunca ouvi essa palavra! Ainda tenho as pernas de um adolescente e tenho a sorte de ter uma equipa jovem e talentosa à minha volta. Há uma grande energia na empresa", acrescentou, soltando uma gargalhada.
 

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