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Agência LUSA
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16 de out. de 2013
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Peças inéditas marcam exposição dos 150 anos de D. Carlos no Palácio da Ajuda

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Agência LUSA
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16 de out. de 2013

Lisboa – Várias peças inéditas, algumas nunca vistas ou há décadas afastadas do olhar do público, constituem uma exposição que evoca, no Palácio da Ajuda, em Lisboa, os 150 anos do nascimento do Rei D. Carlos. “Iremos apresentar 150 peças que remetem para a infância e juventude de D. Carlos, que nasceu no palácio e aqui habitou até casar com D. Amélia d'Órleans, em 1886”, disse à Lusa o diretor do museu do Palácio, José Alberto Ribeiro.

Entre as peças que estarão expostas, o responsável realçou o primeiro berço do príncipe, que foi restaurado “e há décadas não era mostrado”, várias fotografias, entre as quais, umas anotadas pela mãe, a Rainha D. Maria Pia, que, com uma fita, foi marcando o desenvolvimento do herdeiro, assim como um retrato do seu pai, o Rei D. Luís, no dia em que nasceu, 28 de setembro de 1863.

Palácio Nacional da Ajuda


Entre as “peças inéditas”, José Alberto Ribeiro também referiu “os caracóis loiros do príncipe que estremosamente se guardou”. O Palácio Nacional da Ajuda celebra os 150 anos do nascimento do Rei D. Carlos, propondo um “itinerário” no seu espaço museológico alusivo àquele que foi o penúltimo monarca português.

“Ao longo do palácio há expositores com peças alusivas ao príncipe, como uma pequena raqueta de ténis, desenhos, onde se notam já as tendências artísticas de D. Carlos, ou um mini uniforme de oficial do regimento de Lanceiros da Rainha”, contou.

A mostra, que estará patente até ao final do ano, inclui ainda telegramas de parabéns da Rainha Vitória de Inglaterra, do Imperador Napoleão III de França, entre outros monarcas, peças de roupa, peças de jogos, retratos de D. Carlos pintados ou desenhados por vários autores e esculturas.

O príncipe foi batizado na igreja de S. Domingos, com o nome de Carlos Fernando Luís Maria Vítor Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis José Simão de Bragança Sabóia Bourbon e Saxe-Coburgo-Gotha.

Na quinta-feira 17, às 18:30, o historiador Rui Ramos, autor de várias obras e artigos sobre o período correspondente ao reinado de D. Carlos, apresentará uma palestra intitulada “O que não sabemos sobre D. Carlos”.

No dia 14 de novembro, pelas 18:30, está prevista a realização de uma conferência pela equipa do Laboratório José de Figueiredo, sobre a ação de conservação e restauro do berço de D. Carlos, que é apresentado ao público.

Filho de D. Luís e D. Maria Pia, D. Carlos subiu ao trono em 1889, um ano antes de Inglaterra apresentar um ultimato a Portugal sobre os territórios africanos compreendidos entre Angola e Moçambique. O monarca desdobrou-se em esforços diplomáticos, numa altura em que o regime monárquico constitucional, devido a uma grave crise económico-social, era cada vez mais contestado.

A par da ação política o monarca desenvolveu grande atividade na área da oceanografia, tendo sido um dos pioneiros desta ciência. Os dotes artísticos do monarca foram apreciados pela crítica especializada da época.

Marinhas, temas campestres e populares foram algumas das escolhas do monarca, que pintou aguarelas e óleos. Muitas das ementas dos palácios reais e do iate Amélia eram desenhadas pelo monarca.

Antes de subir ao trono, D. Carlos esteve ligado aos movimentos intelectuais Vida Nova e Vencidos da Vida, do qual fizeram parte Oliveira Martins, Ramalho Ortigão ou Eça de Queiroz.

Em fevereiro de 1908, num regresso de Vila Viçosa, em Lisboa, o Rei foi morto, assim como seu filho, o herdeiro da coroa, D. Luís Filipe.

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