Agência LUSA
12 de nov. de 2013
Pelo menos um morto e vários feridos em manifestação no Camboja
Agência LUSA
12 de nov. de 2013
Phnom Penh – Pelo menos uma pessoa morreu e várias outras ficaram feridas nesta terça-feira (12) na sequência de confrontos entre trabalhadores têxteis e a polícia durante um protesto na capital do Camboja, informaram os ‘media' locais.
Quatro viaturas da polícia cambojana foram incendiadas quando centenas de trabalhadores de uma fábrica têxtil, que fornece marcas internacionais, romperam o cordão policial, quando marchavam com destino à residência do primeiro-ministro, Hun Sen, na capital, exigindo melhores condições de trabalho.
Manifestantes citados pelo Cambodia Daily indicaram ter sido morta a tiro uma vendedora, de 49 anos, que não participava no protesto. "A minha mãe foi baleada no peito enquanto vendia arroz na beira da estrada", disse a filha da vítima.
Chan Soveth, ativista da organização não-governamental Adhoc, disse, de acordo com a Efe, que a polícia deteve pelo menos 27 pessoas, incluindo cinco monges. "Trata-se de uma cruel repressão das autoridades", disse Am Sam Ath, do grupo de direitos humanos local Licadho, no hospital da cidade para onde foram levados os feridos.
Segundo disse o ativista à AFP, outras cinco pessoas sofreram ferimentos de bala nos confrontos, durante os quais as forças de segurança utilizaram bastões, gás lacrimogéneo, dispararam balas de borracha e recorreram a canhões de água, de acordo com várias fontes, enquanto os manifestantes atiraram pedras contra os agentes e atearam fogo a viaturas da polícia.
De acordo com os sindicatos do setor, a violência eclodiu quando a polícia antimotim travou os trabalhadores de uma fábrica têxtil da Garment SL – fornecedora de marcas como a Gap ou a H&M – que realizam protestos, de forma periódica, há semanas.
Disputas em torno dos salários e das condições de segurança e de trabalho na lucrativa indústria do vestuário do Camboja são frequentes naquele país asiático. A multimilionária indústria emprega cerca de 650 mil pessoas e é uma importante fonte do investimento estrangeiro para o Camboja.
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