PETA intensifica ações contra o luxo e dirige atenções para LVMH e Kering
Depois de visar a Hermès e a sua utilização de peles de crocodilo no início do outono, a ONG continua com as suas atenções direcionadas para as grandes maisons. A PETA Ásia acaba de publicar duas investigações realizadas em matadouros indonésios. Segundo a PETA, um pertencente à Gucci (Kering) decapita lagartos por vezes ainda vivos. Por seu lado, dois fornecedores da LVMH matarão cobras ainda conscientes.

No caso dos matadouros ligados à LVMH, um vídeo devastador mostra pitões suspensas para serem infladas com água através de mangeiras. O estiramento da pele é seguido de alguns golpes de martelos na cabeça para as atordoar ou matar, mas deixando poucas dúvidas de que o corte, que ocorre a seguir, é feito em vida. No vídeo do matadouro que a PETA vincula à Gucci, os animais são grosseiramente atordoados ou mortos por meio do afogamento em baldes de água antes de receberem até 14 golpes de facão para serem decapitados. No entanto, sublinha a PETA, as cabeças dos lagartos permanecem conscientes e sentem dor por até 30 minutos após serem cortadas. Duas cabeças cortadas, mas ainda vivas, são visíveis nos vídeos.
"Estes gigantes do luxo já não podem fechar os olhos ao sofrimento dos animais", disse Mimi Bekhechi, vice-presidente de programas internacionais da PETA. “A crueldade é inerente à produção de peles exóticas, e está na hora destas marcas se juntarem às várias casas de moda que já as baniram.”
Para a organização, estas imagens entram em contradição com os movimentos da Kering, que se comprometeu a “implementar e verificar os mais elevados padrões de bem-estar animal nas [suas] cadeias de aprovisionamento" e garantir "um tratamento ético em fim de vida".

Por sua vez, a LVMH já havia sido alvo de uma investigação em 2016 que mostrava as condições de criação e abate de crocodilos num fornecedor vietnamita da Louis Vuitton. No mesmo ano, foram destacadas as condições para o abate de avestruzes num fornecedor sul-africano da Louis Vuitton, Prada ou Hermès.
A PETA obteve em junho uma vitória simbólica graças à marca Canada Goose, ícone das parkas com capuz forradas, que anunciou a proibição das peles nas suas coleções. A mais recente numa longa lista de marcas que renunciaram a este material. Mas, a PETA continua contudo a sua guerra contra o uso de penas e plumagem, em particular através de uma operação realizada no coração de Paris durante a última fashion week, em setembro.

Três mulheres vestidas como pássaros depenados foram sucedidas em novembro por ovelhas humanóides sangrentas que protestavam em frente a grandes armazéns contra o uso de lã. Uma operação organizada por ocasião da Black Friday. As peles não foram esquecidas e, no início de dezembro, um site "Urban Outraged", parodiando a Urban Outfitters, propunha casacos e bolsas em peles humanas.
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