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4 de abr. de 2019
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Portugal: 60% das compras tax free são feitas por turistas lusófonos

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4 de abr. de 2019

Nos últimos cinco anos, as compras tax free registaram uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 12% em Portugal, o dobro da evolução registada na Europa, sendo que os compradores de língua portuguesa foram responsáveis por 60% dos gastos, revela a Global Blue, empresa com sede na suíça especializada no reembolso de impostos de compras de turismo, através de um comunicado. Segundo Jacques Stern, presidente e CEO da Global Blue, “o crescimento do mercado de Tax Free Shopping em Portugal tem sido um dos mais fortes da Europa” e para que se torne “um destino essencial de compras na Europa” o país deve “seduzir os millennials, adaptar a sua oferta aos compradores globais da China ou conquistar mais compradores de elite brasi​leiros.”


60% das compras tax free em Portugal foram feitas por turistas de língua portuguesa - Serravalle Designer Outlet


Tradicionalmente, o mercado europeu de compras tax free (um sistema que prevê o reembolso do IVA das compras efetuadas por turistas oriundos de países fora da União Europeia) tem sido dominado por França, Itália e Reino Unido, nações ricas em marcas de luxo que atraem consumidores de todo o mundo. Mas, o cenário parece estar a mudar. Os países mediterrânicos como Turquia e Grécia têm vindo a ganhar força neste mercado e Portugal parece estar a seguir a tendência.
 
Portugal diferencia-se, porém, dos restantes países mediterrânicos no que diz respeito aos gastos médios, explica a Global Blue: “Graças a uma oferta de retalho renovada, Turquia e Espanha conseguiram atrair compradores globais com elevado poder de compra, que gastam, em média, 1.200 euros por compra nesses países, enquanto em Portugal a média é de 848 euros.”

No entanto, Portugal é o destino de eleição dos compradores lusófonos (Angola, Brasil, Cabo Verde e Moçambique), responsáveis por quase 60% dos gastos com isenção de impostos em Portugal, quando no resto da Europa essa percentagem cai drasticamente para apenas 1%.
 
Mas, também aqui as mudanças se têm feito sentir. Se, diz a Global Blue, historicamente os compradores angolanos eram habitualmente a nacionalidade com melhor desempenho no país, nos últimos cinco anos Portugal captou o interesse de compradores chineses e americanos, com ambas as nacionalidades a registarem um crescimento nas compras superior ao dos clientes angolanos. De acordo com a Global Blue, para conquistar o tão cobiçado cliente chinês (que em 2018 realizou 1% das suas compras europeias em Portugal), o país deve cativar estes turistas abrindo “ rotas aéreas diretas entre a China e Portugal e adaptando a sua oferta de retalho às expectativas dos consumidores chineses”, além de aumentar a “ aceitação de meios de pagamento digital específicos chineses (WeChat, Alipay) e a promoção de Portugal como um destino turístico de topo diretamente na China”.  
 

Conquistar os compradores globais chineses poderá ser um dos caminhos para que Portugal se torne “um destino essencial de compras na Europa” - Farfetch


Segundo a empresa, Portugal têm ainda potencial de crescimento junto dos viajantes brasileiros, nomeadamente no que diz respeito aos compradores globais de elite (aqueles que, nos últimos dois anos, gastaram mais de 40 mil euros). Os dados da Global Blue mostram que 20% dos brasileiros que visitaram a Europa fizeram pelo menos uma transação tax free em Portugal, gastando em média 15.200 euros. No entanto, o país “está a captar apenas 40% da capacidade de compra da elite brasileira”, alerta. A solução para mudar este cenário passaria, acredita a Global Blue, por posicionar Lisboa “como um destino de compras e não apenas um ponto de entrada para a Europa”. Para isso, seria necessário “aumentar a oferta de retalho de luxo e promover o artesanato de luxo local”.
 
No mesmo documento a empresa não esquece também os millennials, que quando visitam a Europa têm preterido Portugal (24%) a favor de França (31%). Esta geração poderia ser conquistada, diz a Global Blue, se Portugal se apresentasse como um destino trendy e de eleição, nomeadamente no que diz respeito ao golfe e ao enoturismo.  

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