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15 de mar. de 2022
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Prada regista vendas de 3,36 mil milhões de euros em 2021 e recupera nível pré-pandemia

Traduzido por
Novello Dariella
Publicado em
15 de mar. de 2022

A Prada encerrou o seu ano fiscal de 2021 em grande estilo. O grupo italiano de moda registou uma faturação de 3,366 mil milhões de euros, um aumento de 41% a taxas de câmbio constantes em relação a 2020, e de 8% em relação ao ano pré-pandemia de 2019, um resultado muito melhor do que o esperado, desde que a empresa anunciou a meta para receitas entre 2,9 e 3,1 mil milhões de euros. Do primeiro ao quarto trimestre, a empresa milanesa viu as suas vendas no retalho acelerarem, registando um crescimento de +3%, +13%, +18% e +24% respetivamente a cada três meses, com uma forte melhoria em termos de receitas e margens no segundo semestre.


Look do desfile Miu Miu em Paris - © PixelFormula


A empresa registou um lucro líquido de 294 milhões de euros no ano passado, ou 8,8% do seu volume de negócios total, em comparação com um prejuízo líquido de 54 milhões de euros um ano antes, como consequência da pandemia de COVID-19. Este resultado é superior às expectativas dos analistas, que previam um lucro líquido de 258 milhões de euros.

O lucro operacional (EBIT) atingiu 489 milhões de euros, um aumento de quase 60% em comparação com 307 milhões de euros em 2019. A Prada também registou uma margem bruta recorde de 75,7%, que subiu para 76,8% no segundo semestre, graças às vendas a preço integral e uma mudança bem-sucedida no mercado, bem como uma presença digital reforçada. Isto leva a empresa a apostar numa margem bruta de 78% para 2022.

Estes resultados devem-se, principalmente, ao desempenho das vendas no retalho das diversas marcas do grupo (Prada, Miu Miu, Car Shoe e Church), que saltaram 40% em 2021 em relação ao ano anterior e subiram 15% em relação ao ano anterior de 2019. A empresa confirmou a sua intenção de manter a prioridade na distribuição direta, continuando a racionalizar a sua rede grossista.

A rede de vendas diretas, composta por 635 lojas operadas diretamente, representa agora 88% do volume de negócios total, para o qual contribuiu com 2,93 mil milhões de euros. O canal grossista viu as suas vendas aumentarem 41% face a 2020, para 386 milhões de euros, mas a diminuírem 19% em relação a 2019. 

"Realizamos a maior parte do nosso plano de racionalização, mas continuamos nesta linha porque ainda precisamos de eliminar situações críticas. Esta política tornará ainda mais eficientes as nossas vendas diretas e online", sublinhou o CEO Patrizio Bertelli durante uma conferência com analistas.

Essa estratégia é acompanhada por um upmarket e uma aceleração das vendas online, como evidenciado pelos resultados de 2021. O e-commerce, que hoje representa 7% do total de vendas do grupo Prada, multiplicou por cinco os seus volumes de vendas em relação a 2019 e disparou em 61% em relação a 2020. Dos 216 milhões de euros investidos em 2021, contra 122 em 2020, 86 milhões foram destinados para a reforma e realocação de 120 lojas e duas novas aberturas, 59 milhões em imóveis e 71 milhões em tecnologia e estrutura industrial.


Resultado por canal - Prada Group


Do ponto de vista geográfico, o grupo ainda não recuperou o nível pré-pandemia na Europa (-11% em relação a 2019), nem no Japão (-17%). A Ásia-Pacífico continua a ser o seu mercado líder, com 1,19 mil milhões de euros, participação de 41%, aumento nas vendas de 29% a taxas de câmbio constantes num ano, e de 30% em dois anos. Em comparação com 2019, aumentaram 56% na China continental, 61% no Taiwan e 90% na Coreia.

Com 26% das vendas totais e crescimento de 35% nas vendas, a Europa é o segundo maior mercado da empresa (que está listada na Bolsa de Valores de Hong Kong e também é proprietária da rede de restaurantes Pasticceria Marchesi), seguida pelas Américas, com 20% da faturação total. Neste continente, as vendas tiveram um crescimento de 103% num ano e de 69% em dois anos.

A principal marca do grupo, Prada, impulsionada pelo estilo de Miuccia Prada e Raf Simons, responde por 87% das vendas no retalho do grupo. A marca obteve um crescimento de 44% em 2021 (+21% em relação a 2019), atingindo um volume de negócios de 2,53 mil milhões de euros, enquanto a linha jovem Miu Miu aumentou 20% num ano, mas caiu 7% em dois anos, assim como a Church (+11% e -41% nos mesmos dois períodos).

Para 2022, algumas nuvens estão a surgir no horizonte com o aumento de casos de COVID-19 na China e a guerra na Ucrânia. A empresa italiana confirmou que paralisou todas as suas atividades na Rússia, e destacou que o país não representa mais de 1,5% a 2% das suas vendas, mesmo que "continue a ser um mercado com grande potencial". "Esses dois fatores obviamente não são positivos", comentou a diretora financeira Alessandra Cozzani, lembrando, no entanto, que o grupo teve "desempenhos muito fortes noutros mercados, o que deve permitir superar as dificuldades encontradas na China e na Rússia".
 

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