Produção da ITV cai em Portugal

Os dados mais recentes do INE revelam uma queda do volume de negócios da indústria têxtil e da indústria do vestuário em fevereiro de 2023. O emprego também registou uma variação negativa, enquanto nos preços industriais há tendências distintas nos dois setores.

De acordo com a análise dos dados preliminares disponíveis no Instituto Nacional de Estatística (INE), o défice da balança comercial de Portugal ficou cifrado na ordem dos 6,57 mil milhões de euros no primeiro trimestre de 2023. Este valor evidencia um decréscimo de 2% em relação ao défice da balança comercial registado em igual período de 2022. Esta evolução reflete uma subida de 13,2% no total das exportações portuguesas de bens, enquanto as importações cresceram 9,1% no período de janeiro a março de 2023.

Excluindo os “combustíveis e lubrificantes”, o défice da balança comercial de Portugal situou-se nos 4,5 mil milhões de euros no trimestre, evidenciando um agravamento de 6,2% em relação ao valor registado em igual período de 2022. Este resultado surge na sequência de uma subida de 15% nas exportações e de um acréscimo de 13,2% no valor das importações. Excluindo os produtos energéticos, e com base na perspetiva dos desempenhos por região, verificou-se, no período de janeiro a março, uma subida homóloga de 11,1% no valor das exportações destinadas ao mercado intracomunitário e um crescimento de 26,1% nas exportações destinadas ao mercado extracomunitário. Do lado das importações de Portugal, as provenientes de mercados intracomunitários aumentaram 17,7%, enquanto as provenientes de origens extracomunitárias diminuíram 2,5%.

Em termos específicos para a indústria do têxtil e do vestuário, analisando a evolução em período homólogo do índice de volume de negócios na indústria (INE) para o mês de fevereiro de 2023, a análise do CENIT evidencia uma queda de 11,5% no sector têxtil e uma descida de 1,4% no setor do vestuário. Ao nível das indústrias transformadoras foi registada uma subida de 4,2% em relação ao mês de fevereiro de 2022. Em termos da evolução em cadeia, houve uma diminuição de 6,2% no setor têxtil e de 12,9% no setor do vestuário, tendo sido registada uma queda de 4,3% nas indústrias transformadoras.

Emprego diminui

Relativamente à evolução em período homólogo do índice de produção industrial (INE) para o mês de fevereiro, evidencia-se uma descida de 15,5% no setor têxtil (esta foi a 15.ª variação homóloga negativa consecutiva). Ao nível das indústrias transformadoras foi registada em fevereiro uma descida de 4,2%. Em termos da evolução em cadeia, foi evidenciada uma descida de 5,3% no setor têxtil, tendo-se verificado uma descida de 5,7% nas indústrias transformadoras.

Os dados para a variação homóloga do índice de emprego na indústria (INE) evidenciaram em fevereiro uma descida de 2% no setor têxtil e de 0,6% no setor do vestuário. Nas indústrias transformadoras foi registado um aumento de 1,4%. Relativamente à variação em cadeia, entre os meses de janeiro e fevereiro, o índice de emprego na indústria diminuiu 0,5% no setor têxtil e permaneceu praticamente inalterado no setor do vestuário, tendo registado um crescimento de 0,1% nas indústrias transformadoras.

De acordo com os dados do INE para a variação homóloga do índice de horas trabalhadas na indústria, houve uma diminuição de 5,7% no setor têxtil e de 3,4% no setor do vestuário, enquanto nas indústrias transformadoras verificou-se uma descida de 0,5% em relação a igual período de 2022. Ao nível da variação em cadeia, foi registada uma redução de 6% no setor têxtil e de 6,6% no setor do vestuário, entre janeiro e fevereiro, enquanto nas indústrias transformadoras verificou-se uma descida de 6,6%.

Expectativas positivas

O índice de preços na produção industrial (INE) registou no mês de março, em termos homólogos, uma subida de 3,7% ao nível do setor têxtil e uma diminuição de 0,2% no setor do vestuário. Ao nível das indústrias transformadoras, houve um crescimento homólogo de 7%. Na variação em cadeia, entre os meses de fevereiro e março, verificou-se uma descida de 0,3% no setor têxtil e de 0,6% no setor do vestuário, enquanto nas indústrias transformadoras o índice registou um decréscimo de 0,9%.

Relativamente à variação homóloga do índice de preços no consumidor (INE), foi registada no mês de abril uma subida de 5,5% ao nível dos têxteis de uso doméstico e uma subida de 2,3% nos artigos de vestuário. Analisando a evolução em cadeia, na comparação com o mês de março, em abril houve um incremento de 0,4% nos têxteis de uso doméstico e de 0,6% nos artigos de vestuário.

O indicador de clima económico do INE registou em abril (+2,3%) uma melhoria da perceção positiva do clima económico por parte da generalidade das empresas, uma tendência que se verifica desde o mês de dezembro. No entanto, segundo o indicador de confiança da indústria transformadora do INE, a perceção negativa (-4,8%) também aumentou em abril, interrompendo a recuperação verificada nos meses anteriores.