Proenza Schouler anuncia alfaiataria feminina tátil para a primavera 2021
Justamente quando se pensou que poderia ser o fim da série de coleções online assinada por grandes designers, Proenza Schouler apresenta esta semana uma ode elevada à vitalidade de Nova Iorque, desenvolvida com os seus próprios têxteis de arquivo reciclados.

Todos juntos numa coleção de elegância arrojada, feita com materiais essencialmente reciclados, que foi revelada através de um novo livro e de entrevistas pessoais com editores seniores e com os designers fundadores da maison – a dupla criativa Jack McCollough e Lazaro Hernandez. A coleção foi primeiramente encenada via Zoom durante vários dias, antes de as ideias visuais serem divulgadas ao público em geral, no Dia do Armistício, quarta-feira (11 de novembro).
"Queríamos roupas duradouras! Não intemporais, mais para sempre. Não descartáveis", disse Hernandez, num telefonema em conjunto com McCollough, a partir de LA.
Resultou numa coleção com todo o empenho, atitude e classicismo peculiar que já se espera desta dupla: como T-shirts com decotes duplos, um deles localizado nas costas no correr da coluna; corajosas túnicas em couro a preto e branco; tops retro futuristas. As peças multiplicam-se até à hora do cocktail, com blusas de couro Solaris que apresentam colarinhos esticados mas elegantes. Gabardinas envolventes, com colarinhos e detalhes em malha, cheias de estilo. Embora os looks de fazer parar sejam os vestidos drapeados à imagem daqueles de divindades da Antiguidade, em jersey e com micro plissados, rematados com botões contrastantes. O clímax passa pelas blusas de micro plissado e redingotes que acrescentam à amálgama uma alfaiataria de punção profissional.

No pré-show, a dupla enviou por correio a editores selecionados o novo livro para clarear a sua visão. Um compêndio de imagens filmadas em Nova Iorque, com fotografias a preto e branco de arranha-céus ainda inacabados, muitas vezes com andaimes e gruas; camiões de alimentos envelhecidos; fachadas de lojas descuradas; ou skateboarders da Washington Square. Ângulos de câmara captados ao longo da West Side Highway ou num cruzeiro pelo rio Hudson, estrelados por dois modelos indie hipster – a americana Binx Walton, criada em Tennesse, e a holandesa Saskia de Brauw, também artista.
Um grande pano de fundo para os novos acessórios – nas formas atualmente frias, desde as botas de ponta redonda até uma nova bolsa de mão em couro com corrente dourada. Tudo animado por algumas fantásticas estampas abstratas – tops e camisas elegantes de leopardo cinzento e branco ou mistura de tie-dye com efeito de queimado.
"Normalmente, apanhamos um avião para Itália em busca de tecidos, mas o país estava fechado à chave. Por isso, utilizámos amostras ou cortes de tecido que sobraram. Portanto, esta coleção foi 90% reciclada de material de arquivo", explicou McCollough.
Ao que acrescentou Hernandez: "Havia muito material na forma cinzenta ou branca, por isso conseguimos tingir de novo muitos dos tecidos e enviámo-los para LA, pois é aí que todos tratam os tintos. Daí, nunca os reconhecermos. Mas, acumulámos tantos tecidos que decidimos usá-los!"
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