Puig reorganiza estrutura e revê planos de crescimento
Depois de ter protagonizado uma das aquisições milionárias mais importantes desde o início da pandemia, ao adquirir a marca Charlotte Tilbury por mil milhões de euros em junho, o grupo catalão Puig tornou públicas as suas previsões económicas para o futuro. Assim, como consequência da redução das vendas provocada pelo coronavírus, o conglomerado conta que este ano as suas vendas caiam para 1,5 mil milhões de euros. Valor que representa uma queda na faturação de 26%, em relação aos 2,029 mil milhões alcançados em 2019.

"À medida que os efeitos da Covid-19 começam a retroceder, a Puig espera uma recuperação significativa no seu negócio em 2021, superando o valor recorde de 2 mil milhões de euros alcançado em 2019", garantiu o conglomerado espanhol através de um comunicado enviado esta quarta-feira, 9 de dezembro. O grupo pretende limitar o recuo das vendas ao exercício em curso, para ganhar fôlego ao longo do próximo ano e atingir o objetivo de faturar 3 mil milhões em 2023.
Segundo as previsões da empresa, este valor deverá ascender a 4 mil milhões de euros em 2025. A Puig espera que, dentro de cinco anos, a Paco Rabanne e a Carolina Herrera rondem os mil milhões de euros em faturação. Até lá, as vendas da Isdin e da Charlotte Tilbury deverão chegar a 500 milhões de euros, enquanto outras marcas, como Jean Paul Gaultier, Penhaligon's, Dries Van Noten, Uriage, Apivita, L'Artisan Parfumeur e a licença da Christian Louboutin oscilarão entre 100 e 500 milhões de euros em faturação.
“Neste contexto, a empresa prevê um crescimento significativo devido à penetração digital e ao crescimento na China, que deverão responder por 30% e 25% das vendas em 2025, respetivamente”, detalhou o grupo propriedade da família Puig. A empresa afirma igualmente ter firmado acordos que "lhe permitirão conquistar posições maioritárias em empresas nas quais atualmente tem uma presença minoritária", como a colombiana Loto del Sur e a indiana Kama Ayurveda.
Uma estrutura empresarial renovada
Beauty and Fashion, Charlotte Tilbury e Derma são as três divisões recentemente criadas pela empresa e com as quais esta começará a operar a partir de 1 de janeiro de 2021. A primeira será formada pelas marcas Paco Rabanne, Carolina Herrera, Jean Paul Gaultier, Nina Ricci, Dries Van Noten, Penhaligon's, L'Artisan Parfumeur, as licenças de beleza da Christian Louboutin e da Comme des Garçons Parfums e as marcas lifestyle Adolfo Domínguez, Antonio Banderas, Shakira ou Benetton. De acordo com a empresa catalã, o negócio de fragrâncias destas marcas posiciona-a como o quinto player mundial em perfumaria seletiva, com uma participação de mercado em torno de 10%.
Em segundo lugar, a marca de beleza Charlotte Tilbury terá uma divisão dedicada em exclusivo. E, por último, a recém-criada estrutura Derma apresentará as empresas Uriage e Apivita, nas quais a Puig tem uma participação maioritária, bem como a participação de 50% na Isdin. “O conjunto destas três marcas posiciona a Puig como o terceiro maior player do setor da dermocosmética de venda em farmácias na Europa”, afirma a empresa.
Fundado em 1914 pela família que lhe dá o nome, o grupo é atualmente liderado por Marc Puig. Em 2019, a empresa aumentou a sua faturação em 5%, para 2,029 mil milhões de euros. Até ao momento, a empresa com sede em Barcelona distribui os seus produtos em 150 mercados internacionais.
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