Puig supera faturação anterior à pandemia e revê objetivos
O conglomerado catalão de beleza e moda encerrou o exercício de 2021 com um "crescimento acima do inicialmente previsto", registando um aumento de 68% nas vendas, para 2,585 mil milhões de euros. Um valor que contrasta com os 1,537 mil milhões de euros acumulados no exercício anterior e que, ao mesmo tempo, representa um crescimento de 27% em relação à faturação alcançada em 2019. “Estes resultados mostram que o grupo superou o impacto conjuntural gerado pela pandemia”, comunicou a empresa esta segunda-feira, 4 de abril, na apresentação dos seus resultados financeiros anuais.

Além disso, a rentabilidade do negócio foi impulsionada por este crescimento, regressando aos níveis anteriores à Covid-19. Em 2021, a Puig registou um aumento de 357% no seu Ebitda, para 425 milhões de euros, o que representa 16,4% do seu lucro líquido. Por seu lado, o lucro antes de impostos situou-se em 365 milhões de euros, 14,1% do resultado líquido, o que contrasta com o resultado negativo de -72 milhões de euros registado em 2020. Face ao ano anterior, este valor cresceu 20%. Por fim, o resultado líquido melhorou de -70 para 234 milhões de euros no exercício passado, marcado pelo facto de ter sido o primeiro ano do “plano estratégico 2021-23” no qual a empresa familiar Puig trabalhou com a sua nova estrutura. A empresa destacou ainda a contribuição da “incorporação da divisão Derma e da Charlotte Tilbury” para este crescimento.
Por categorias, a divisão de moda e fragrâncias registou um crescimento de 41% na sua faturação, para 1,898 mil milhões de euros, o que representa 73% das vendas líquidas do grupo. Conforme detalhado pelo mesmo, estes resultados foram impulsionados pela recuperação da região EMEA e pelo “crescimento significativo” de fragrâncias no mercado norte-americano, com “excelentes resultados” de Good Girl de Carolina Herrera. A empresa destacou também o crescimento do segmento Niche, elevando a sua “relevância” dentro do grupo com Penhaligon's, L'Artisan Parfumeur e Christian Louboutin. Na divisão de moda, a Puig destacou o desempenho da Dries Van Noten “pela sua grande resiliência à crise conjuntural, mantendo os níveis de 2019”.
No domínio da maquilhagem, as vendas cresceram 58% numa base comparável para 413 milhões de euros, representando 19% da faturação global. Adquirida em 2020 por cerca de mil milhões de euros, a britânica Charlotte Tilbury foi o “principal motor de crescimento” graças ao seu foco no negócio digital, a par da Christian Louboutin, que se destacou pela expansão dos seus pontos de venda nos Estados Unidos e na China. A dermocosmética, que por sua vez representa 11% das receitas da empresa, aumentou a sua faturação em 18% numa base comparável, para 274 milhões de euros, com as marcas Uriage, Apivita e Charlotte Tilbury.
Previsão de 3 mil milhões de euros de vendas em 2022
Por mercados, a empresa registou um crescimento notável de 104% das suas vendas nos Estados Unidos, que se tornaram o primeiro mercado para a empresa. Por seu lado, a região EMEA, que concentra 58% das receitas da Puig, com uma faturação de 1,498 mil milhões de euros, registou um aumento de 60% nas vendas, enquanto na China estas triplicaram em relação a 2020. No plano digital, as vendas online subiram até representarem 28% da receita total, enquanto o travel retail “enfrentou grandes limitações” dadas as restrições de movimento dos últimos meses.

Olhando para o futuro, a empresa está confiante na “continuação da boa tendência sentida no final de 2021” ao longo do ano em curso. Presente em mais de 150 países com escritórios próprios em 27 deles, a Puig pretende manter “um forte crescimento acima dos objetivos traçados para este ano no plano estratégico”. Segundo este plano trienal, a Puig deverá atingir uma faturação de 3 mil milhões de euros em 2023, um valor que a empresa catalã espera atingir este ano, assim como 500 milhões de euros de Ebitda.
A empresa liderada por Marc Puig reafirmou também o seu objetivo de triplicar o lucro líquido até 2020. Um desafio para o qual prevê expandir o negócio digital, impulsionar o seu crescimento na Ásia e, principalmente, na China, além de aumentar a diversificação das categorias de maquilhagem e dermocosmética ou confiar na recuperação progressiva do canal de travel retail. A empresa, que adquiriu recentemente a marca chinesa de perfumes Scent Library, salientou igualmente que continuará "a procura de oportunidades que coincidam com os objetivos estratégicos da empresa.
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