Reuters
10 de jan. de 2017
Ralph Lauren se engaja na luta contra o desmatamento
Reuters
10 de jan. de 2017
Em pleno período de reestruturação, o grupo Ralph Lauren coloca em destaque um projeto eco-responsável. Este projeto busca identificar a origem da pasta de madeira utilizada para a fabricação das suas roupas, a fim de evitar a compra dos produtos que contribuam para a destruição de florestas ou para a violação dos direitos humanos.

A alta do curso do algodão apoiou a demanda pelos tecidos fabricados a partir de madeira, como a viscose, o rayon e o modal. Essas produções têm, segundo a Rainforest Action Network (RAN), um impacto sobre o desmatamento e a espoliação das terras dos povos autóctones.
A campanha "Out of Fashion" da RAN, que visa a tornar público o impacto dos tecidos vindos da atividade florestal, convidou as principais grifes americanas a adotar um sistema de abastecimento mais rigoroso e sustentável.
A Ralph Lauren assim se comprometeu a controlar a sua cadeia logística para determinar se utiliza produtos que são provenientes das regiões de risco e encontrar fontes alternativas daqui para o fim de 2017.
O grupo apontou que a empresa publicaria as suas novas diretrizes de abastecimento no âmbito de uma iniciativa mais ampla cujo objetivo é garantir que as suas matérias-primas não estejam ligadas a violações dos direitos humanos e que sejam ecologicamente sustentáveis.
"Esta nova política da Ralph Lauren envia um sinal aos produtores de países como a Indonésia, onde a produção de pasta para os tecidos devastou as comunidades autóctones e aquelas que dependem da floresta", explicou Brihannala Morgan, responsável pelas florestas na RAN, em um comunicado.
Segundo a ONG, a produção de pasta de madeira pode levar ao desmatamento, em especial para o estabelecimento de plantações de eucaliptos, assim como ao confisco de terras tradicionalmente utilizadas pelas comunidades indígenas. A Indonésia é um dos principais produtores de pasta de madeira e o principal produtor mundial de óleo de palma, duas atividades que colocam em perigo as florestas virgens do sudeste asiático.
A Global Forest Watch estima que na Indonésia, 18,5 milhões de hectares de florestas foram destruídos de 2001 a 2014. Brihannala Morgan, por sua vez, deixou patente a sua satisfação por constatar que as grifes de moda estão a começar a sentirem-se responsáveis por suas cadeias logísticas.
H&M, Zara, ASOS, Levi Strauss, assim como a criadora britânica Stella McCartney, já adotaram políticas responsáveis sobre essas questões, segundo a RAN. Assim, no ano passado, a Stella McCartney se associou à ONG Canopy para encorajar as empresas de vestuário a cessar a compra dos tecidos que contribuem para o desmatamento das florestas virgens. A associação quer alcançar hoje outros grandes nomes da moda nos Estados Unidos.
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