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Traduzido por
Estela Ataíde
Publicado em
20 de dez. de 2018
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5 Minutos
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Ramesh Nair, diretor criativo da Moynat: "Aqui, tenho que por as mãos na massa"

Traduzido por
Estela Ataíde
Publicado em
20 de dez. de 2018

Ramesh Nair, diretor criativo da Moynat, tem uma obsessão: a mania do produto. Tendo feito da venerável marca de malas Moynat um símbolo de elegância e luxo, acaba de lançar uma nova coleção cápsula intitulada “Bad Dreams”. 


Ramesh Nair no arquivo da Moynat em Paris


Sozinho, este indiano determinado fez da Moynat um símbolo de elegância, luxo, savoir-faire e humor. À imagem do seu projeto mais recente: “Bad Dreams”.
 
Em colaboração com a artista franco-japonesa Tiffany Bouelle, trata-se de uma coleção cápsula de carteiras com ilustrações naïves, mas pérfidas, impressas em cores bronze e pigmentos metálicos, em pochettes totes sem costura aparente, um clássico do estilo de Ramesh Nair para a Moynat.

Já disponível para o Natal, "Bad Dreams" é um projeto raro para Ramesh Nair, que admite: "Sou muito anti-bling. Detesto colaborações, mas conheci Tiffany numa galeria e adorei o seu trabalho, por isso pedi-lhe para pintar as minhas carteiras", explica.
 
Nair parece mais entusiasmado com a ideia de trabalhar com a Jaguar nas novas malas especificamente concebidas para a mais recente tendência europeia no domínio dos transportes - a micro scooter.
 
"Eu não deveria mostrar-lhe, mas adoro isto", disse entusiasmado Ramesh Nair, revelando uma caixa em couro esculpida com precisão.
 
Tudo isto faz parte da sua visão para a Moynat, que nasceu em 1849, fabricando malas para carros de luxo. Uma notável marca francesa que literalmente adormeceu e parou de exercer a sua atividade no final dos anos 1970, antes de renascer em 2010, depois de ser comprada pela LVMH.
 

Uma pochette da coleção Bad Dreams - Fotografia : Moynat

 
Primeiro passo para despertar a bela adormecida: recrutar Ramesh Nair, que chegou à marca vindo da Hermès, onde passou vários anos, primeiro como como designer assistente de Martin Margiela e depois de Jean-Paul Gaultier, e acumulou um excelente palmarés concebendo artigos de sucesso, como a imediatamente reconhecível pochette Medor, a tote So Kelly, a Birkin Shadow, com as suas tiras de seladas, e a Kelly Flat, fácil de transportar e inteiramente desmontável.
 
"Supervisionei as variações de várias carteiras e criei alguns originais na Hermès com Jean-Louis Dumas (então CEO), que me deu carta branca. Basicamente, a maioria das carteiras dos desfiles. É preciso, no entanto, perceber que nas grandes maisons, como a Hermès ou a Vuitton, se está rodeado de artesãos talentosos que fazem grande parte do trabalho e basta ter boas ideias. Enquanto aqui tenho que por as mãos na massa”, diz Nair divertido.

Na Moynat, o criador desenvolveu as linhas limpas da Réjane, uma carteira influenciada pela Belle Époque, batizada com o nome da atriz Gabrielle Réjane e dotada com um fecho que lembra uma joia; ou a majestosa carteira Gabrielle, com o seu característico fecho em ‘M’. Ou, para os homens, a maravilhosa Top Brass, uma mala com um lado curvo, lembrando a ancestral tradição da Moynat, que fabricava malas especialmente desenhadas para grandes marcas de automóveis como a Bugatti.
 
Sabemos que a Moynat é uma das marcas favoritas de Bernard Arnault, presidente do grupo LVMH, famoso por manter uma pressão educada, mas firme, sobre os seus executivos e designers e por elogiar apenas alguns deles.
 
Mas, é preciso mais do que isso para desconcertar Ramesh Nair.
 
"É extremamente difícil, extremamente difícil, agradar a Monsieur Arnault. Ele está muito envolvido. Apresentamos-lhe as carteiras mais incríveis e ele exige exatamente o oposto. Normalmente, no nosso negócio, habituamo-nos a que as pessoas nos digam como somos incríveis, como as nossas ideias são magníficas - por isso, quando somos atingidos pela crítica, isso torna-nos mais fortes e permite-nos ser mais claros nas nossas intenções. A crítica é necessária", insiste Ramesh Nair, que se encontra com Arnault a cada duas semanas, à terça-feira, ao meio-dia.
 
"Os criadores precisam de enfrentar a realidade. Antes, usava-se os termos "A.C.” e "D.C.”, agora deveríamos dizer “antes da internet” e “depois da internet" ... Há toda uma geração que não compreende que o mundo existia antes da internet! Que pensa que se não está no Google, não existe", brinca Ramesh Nair, de 53 anos, que criou um importante arquivo de malas e bagagens Moynat, que mantém no piso de cima da flagship da marca na rue Saint Honoré, um espaço amplo e refinado, projetado pelo arquiteto Gwenaël Nicolas.
 


Nair parece um estudante que exibe raridades encontradas nos mercados de Paris, em leilões em londrinos, em lojas de antiguidades ou na internet. De malas alongadas, mas desgastadas, projetadas para tetos de carros, às minúsculas caixas de primeiros socorros para os elegantes exploradores levarem nos safaris.
 
"No início, eu conseguia objetos magníficos por algumas dezenas de libras, mas agora é preciso adicionar dois zeros", diz rindo.

Atualmente, a Moynat conta com uma rede de cerca de vinte lojas "bem localizadas", com flagships em Londres, na Mount Street, e Nova Iorque, na Madison Avenue.
 
Ramesh Nair nasceu em Kerala. O seu pai era um oficial do exército e a sua família nunca ficou mais de três anos no mesmo lugar. Nair acabou por estudar na escola de moda de Delhi, antes de tomar a corajosa decisão de ir para Paris e trabalhar para os grandes nomes da moda, como Yohji Yamamamoto e Christian Lacroix.
 
Curiosamente, parece menos obcecado com o conceito de viagem.

"A Moynat não é uma marca de viajantes, trata-se mais de uma viagem interior . Viajar é uma espécie de sonho, enquanto o que nos interessa é o conceito de bagagem", conclui Ramesh Nair, que se desloca de sua casa, perto do parque Monceau, para o trabalho de bicicleta.
 
"Quando era criança, mudávamo-nos de um lugar para o outro com grandes malas de alumínio. Ser nómada a este ponto permite que nos integremos sem problemas em diferentes ambientes. É um aspeto importante da arte do criador", insiste Ramesh. Nair, cuja educação foi confiada a padres irlandeses.

"Os padres irlandeses não hesitavam em bater-nos. Bons professores, como o padre Patrick. Durante as confissões, eu costumava confessar que copiava do meu colega; depois, durante os exames, ele observava-me de perto e eu recebia uma correção... demorei alguns meses para perceber que era o mesmo padre", conta rindo.
 
"Também fomos forçados a ajoelhar-nos no exterior, sob um calor insuportável e um nível de humidade de 99%. Por isso, em comparação, Bernard Arnault parece muito gentil!", exclama o designer indiano.

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