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Helena OSORIO
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15 de mai. de 2020
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Receitas da portuguesa Farfetch duplicam online

Traduzido por
Helena OSORIO
Publicado em
15 de mai. de 2020

A portuguesa Farfetch afirmou que os últimos resultados, para o primeiro trimestre de 2020, "demonstram a força do modelo de plataforma dentro da indústria do luxo", uma vez que continuou a obter ganhos de quota de mercado, num trimestre caracterizado pelo encerramento físico de lojas. Mas, o gigante do e-tail e da marca manteve-se deficitário durante o período, embora tenha afirmado que está "bem capitalizado" e que continua na sua trajectória de rentabilidade EBITDA ajustado, no ano 2021.


Farfetch


Então, o que aconteceu nos primeiros três meses do ano?
O valor bruto da mercadoria no primeiro trimestre (GMV), aumentou 46% no ano, para 610,8 milhões de dólares; a plataforma digital GMV subiu 19%, para 494,9 milhões de dólares; e a plataforma de marca GMV viu a GMV crescer 107 milhões de dólares, devido à força contínua da sua nova coleção de marcas New Guards Group (NGG).

Entretanto, as receitas aumentaram até 90% para 331 milhões de dólares, enquanto as receitas das lojas aumentaram para 8,5 milhões de dólares, de 4,5 milhões de dólares. Mas, o prejuízo líquido do T1 foi de 79,1 milhões de dólares e, embora se tenha afirmado que este foi "relativamente inalterado" em termos anuais, na verdade foi um pouco mais elevado do que nos 12 meses anteriores. O EBITDA ajustado melhorou em 7,9 milhões de dólares para um prejuízo de 22,3 milhões de dólares e a margem EBITDA ajustada melhorou radicalmente de -20,7% para -7,4%.

Esta empresa afirmou que, embora muitas das marcas, boutiques e lojas de centros comerciais que servem como vendedores de luxo, estejam temporariamente offline, não teve até agora um impacto material na GMV. Isto deve-se ao facto de 85% dos produtos do seu principal catálogo SS20 estarem disponíveis em vários vendedores.


Instagram @farfetch


Como foi, então, a procura?
Forte, embora na parte final do trimestre, se tenha assistido a um abrandamento do crescimento a partir dos maiores mercados na Europa e na América do Norte, à medida que começa a dar-se o lockdown em vários países.

Não obstante a marca ter tido "um impacto material nos resultados do primeiro trimestre de 2020" e tendo registado "sinais encorajadores na região da China", onde se verificou "uma aceleração significativa nos últimos dois meses do trimestre", também se observou uma desaceleração no crescimento do grupo GMV na parte final do trimestre em geral.

Mas, a empresa "continuou a captar quota de mercado da indústria da moda de luxo online", uma vez que manteve uma "seleção excepcionalmente ampla de moda de luxo", com o stock do primeiro trimestre da época a ultrapassar os 300.000 SKUs de mais de 3.400 marcas.

A ligação com a Farfetch parece ter ajudado, também, os retalhistas com quem esta trabalha. Como afirmou a empresa: O lançamento da Harrods.com pela Farfetch Platform Solutions, em fevereiro de 2020, "permitiu o negócio global de comércio electrónico da Harrods, ao longo de todo o encerramento temporário da loja, à luz das medidas de encerramento COVID-19".

Assegurar a satisfação da marca e dos seus parceiros de retalho é fundamental para o negócio e, durante o trimestre, a Farfetch afirmou manter 100% de retenção trienal das 100 maiores marcas diretas e dos 100 maiores parceiros de boutique.

A satisfação dos clientes também é importante, e a empresa acelerou o seu programa de fidelização Access para 1,4 milhões de clientes inscritos no final de março.

Quanto às aquisições da New Guards, pelo quarto trimestre consecutivo, a GMV das marcas da NGG, no seu conjunto, ultrapassou a GMV para a maior marca individual do Mercado Farfetch no primeiro trimestre de 2020.

A Off-White continuou a registar uma forte procura e "em resposta ao crescente interesse das mulheres, a Palm Angels lançou a sua primeira coleção feminina de pronto-a-vestir para a primavera-verão 2020".


Instagram @farfetch


O CEO e co-presidente da portuguesa Farfetch, José Neves, referiu-se a todas estas questões, dizendo que: "Quando fundei a Farfetch, há 12 anos, nunca imaginei que a plataforma global que estava a construir para a indústria do luxo fosse posta à prova numa crise tão devastadora. Ao longo dos últimos meses, ao respondermos a um ambiente em constante mudança para servir a comunidade de criadores, curadores e consumidores desta indústria, as nossas equipas têm-se estendido para além dos limites percebidos e têm demonstrado a resiliência do nosso modelo de negócio".

"Os investimentos que fizemos para construir a plataforma global para a indústria da moda de luxo têm sido compensadores, com características como a nossa capacidade logística global, rede de abastecimento geo-diversificada e serviços localizados para uma base de consumidores global, permitindo a continuidade das nossas operações e a entrega dos nossos fortes resultados do primeiro trimestre de 2020.

"Mas uma coisa que se tornou evidente nas últimas semanas é que o mundo não voltará ao mesmo 'normal' que o conhecíamos antes do COVID-19. Ao considerarmos as mudanças estruturais que provavelmente terão impacto na indústria do luxo, estou confiante de que o nosso conjunto único de capacidades posiciona a Farfetch para ser ainda mais forte no futuro", concluiu José Neves.
 

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