Portugal Textil
2 de out. de 2020
Reciclagem têxtil cresce mais de 5% até 2026
Portugal Textil
2 de out. de 2020
Os têxteis reciclados estão a ser mais valorizados e deverão encontrar novas áreas de aplicação, o que deverá dinamizar o mercado e impulsionar um crescimento superior a 5% ao ano entre 2019 e 2026.
A previsão é avançada no estudo “Recycled Textile Market by Type and End-User Industry: Global Opportunity Analysis and Industry Forecast, 2019-2026”, da Allied Market Research, que revela que o mercado de têxteis reciclados estava avaliado em 5,3 mil milhões de dólares em 2018 e deverá atingir os 8 mil milhões de dólares em 2026.
Segundo esta análise, o mercado mundial de têxteis reciclados está consolidado por natureza. Muitas empresas estão a focar-se na redução das emissões de carbono através da reciclagem de tecidos velhos e desperdícios de tecidos e materiais, provenientes essencialmente de fontes como vestuário, pneus, alcatifas, mobiliário, calçado e têxteis-lar, entre outros. O aumento nas atividades de reciclagem deste tipo de empresas deverá alimentar o crescimento do mercado. Além disso, refere o estudo, «o aumento na procura por parte de diversos sectores de utilização final, como vestuário, tecidos e indústria automóvel, está também a alavancar o crescimento do mercado».
O custo mais baixo da reciclagem de produtos em comparação com a produção de novos artigos deverá igualmente proporcionar o incremento do mercado de têxteis reciclados, o mesmo acontecendo com o desenvolvimento tecnológico nos processos de reciclagem, que poderão alimentar oportunidades de crescimento.
Dependendo do tipo, o mercado está segmentado em algodão reciclado, lã reciclada, poliéster reciclado, poliamida reciclada e outros. O poliéster reciclado tem a maior quota de mercado em termos de volume de negócios devido às suas propriedades, nomeadamente durabilidade, resistência aos químicos e ao relaxamento e facilidade de tingimento, devendo ter uma taxa anual composta de crescimento de 4,9%. Contudo, a poliamida reciclada deverá crescer à maior taxa anual composta no período em análise, graças a propriedades como elevada elasticidade e resistência e pouca tendência para enrugar. Além disso, aponta a Allied Market Research, a reciclagem de poliamida permite um menor consumo de energia, poupança de água e benefícios nas emissões de dióxido de carbono, o que deverá alimentar a sua procura.
Automóvel acelera adoção
Por utilização final, o mercado divide-se entre os sectores automóvel, de retalho, mineiro, de construção e outros. O sector de retalho tem a maior expressão em termos de quota, graças à proliferação da procura por vestuário low-cost customizado. No entanto, a indústria automóvel deverá crescer a um ritmo mais acelerado no período em análise, devido à procura por têxteis eficientes em termos de custos mas também por um aumento da penetração de têxteis reciclados para melhorar o aspeto estético dos interiores automóveis.
Por região, a Ásia-Pacífico domina o mercado, com uma quota de 35,9% em 2018, por conta da procura por produtos com têxteis reciclados por parte de economias emergentes como a China, a Índia, a Austrália e a Coreia do Sul.
A América do Norte, que detinha 29,7% no mesmo ano, deverá crescer a uma maior taxa anual, rondando os 5,8%, graças à presença de organizações que recolhem vestuário e o reutilizam ou reciclam. Há ainda uma crescente consciencialização entre as entidades governamentais e os consumidores finais para as consequências nefastas da produção de novos têxteis, que estão a alterar a inclinação do mercado para versões recicladas.
Os principais players no mercado de têxteis reciclados são, de acordo com o estudo, a Khaloom, a Chindi, o Kishco Group, a Anandi Enterprises, a Usha Yarns , a Renewcell AB, a Hyosung TNC, a Martex Fiber, a Otto Garne e a Leigh Fibers.
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