Traduzido por
Novello Dariella
Publicado em
18 de mar. de 2019
Tempo de leitura
3 Minutos
Download
Fazer download do artigo
Imprimir
Text size

Reestruturação da Arcadia, proprietária da Topshop, pode implicar muitas demissões

Traduzido por
Novello Dariella
Publicado em
18 de mar. de 2019

O retalho britânico, que tem vindo a enfrentar dificuldades há algum tempo, sofreu outro revés ao ser informado que Arcadia, um dos principais empregadores da indústria da moda no Reino Unido e proprietário da Topshop, entre outras marcas, planeia realizar uma reestruturação drástica que irá contemplar o encerramento de muitas lojas e o corte de muitos empregos.


- Foto : Shutterstock


A empresa britânica informou que o proprietário da Arcadia, Sir Philip Green, está a trabalhar juntamente com os seus assessores numa proposta de acordo voluntário de empresa (CVA, em inglês), uma medida de insolvência, que deve ser apresentada aos credores no próximo mês.

Se conseguir obter o apoio dos seus credores, incluindo proprietários e o Fundo de Proteção de Pensões, a reestruturação irá resultar em perdas significativas para um dos maiores nomes do retalho no Reino Unido, após um ano difícil para o setor.

A Arcadia, que engloba as marcas Topshop, Topman, Miss Selfridge, Burton e Dorothy Perkins, emprega mais de 20 mil pessoas no Reino Unido e conta com uma rede mais de 1.500 lojas e concessões.

No início do ano, a empresa contratou consultores para analisar a sua rede de lojas considerando as condições difíceis do mercado no Reino Unido. De acordo com a imprensa local, espera-se que as negociações formais com os proprietários comecem nas próximas semanas e afetem mais algumas marcas do grupo do que outras.

O império comercial de Philip Green tenta proteger-se das pressões que levaram à falência de outros retalhistas de moda nos últimos anos, como LK Bennett, House of Fraser, Mothercare e New Look. A Debenhams também considerou a possibilidade de apresentar uma proposta de CVA e a Marks & Spencer irá fechar gradualmente mais de 100 lojas até 2022, implicando no corte de mais de 1.000 empregos.

Todas as opções estão a ser estudadas

O CVA da Arcadia teria que ser aprovado pelos credores e pelo Regulador de Pensões; e é este último que irá aprovar a proposta desde que a reestruturação melhore a capacidade da Arcadia de cumprir as suas obrigações em termos de contribuição às reformas.

De acordo com documentos publicados em 2017, o défice de pensões do grupo atingiu mais de 565 milhões de libras esterlinas (quase 665 milhões de euros). A reestruturação, que deve ser começar no final de abril ou início de maio, pode incluir um programa acelerado de encerramento de lojas ou injeção de capital.

Além da infeliz combinação de aumento de custos e menor gasto do consumidor, o grupo Arcadia foi afetado por um escândalo de assédio sexual envolvendo Philip Green e vários funcionários do escritório central, o que levou à deterioração da imagem da Topshop no mercado, de acordo com um relatório YouGov.

No passado, o empresário também foi acusado de tirar proveito do colapso da loja de departamentos BHS, o que provocou a perda de 11 mil empregos e um défice de pensões de 571 milhões de libras em 2016. Philip Green concordou pagar 363 milhões de libras ao fundo da BHS um ano depois.

Em janeiro do ano passado, a Arcadia nomeou Andy Harding como diretor digital provisório, em substituição a Simon Pritchard, que deixou a empresa este mês.

Copyright © 2024 FashionNetwork.com. Todos os direitos reservados.