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Agência LUSA
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17 de jan. de 2017
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Reformados dos lanifícios protestam por alteração da portaria sobre medicamentos

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Agência LUSA
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17 de jan. de 2017

Os reformados dos lanifícios da Covilhã, distrito de Castelo Branco, concentraram-se hoje junto ao Agrupamento de Centros de Saúde da Cova da Beira para protestarem contra algumas das alterações introduzidas na portaria que prevê o pagamento de medicamentos para os beneficiários deste sistema.


Numa ação organizada pelo Sindicato dos Têxteis da Beira Baixa, afeto à CGTP - IN, e que deverá repetir-se em Lisboa, em data a marcar, o presidente desta estrutura sindical, Luís Garra, explicou que em causa estão as alterações relativas à obrigatoriedade da substituição de medicamentos de marca por genéricos (caso haja), bem como de o pagamento ser feito pelo preço de referência e não na totalidade, como acontecia anteriormente.

Lembrando que as alterações foram introduzidas na sequência de uma outra reivindicação que dizia respeito ao modelo de pagamento - a qual foi atendida e passou a prever que os pagamentos sejam feitos diretamente à farmácia e não mediante reembolso - Luís Garra teceu duras críticas ao Governo por "à boleia" ter introduzido mudanças com as quais o sindicato e os reformados não concordam.

"À boleia de uma reivindicação mais do que justa, introduziram alterações que repudiamos, não porque sejamos contra os genéricos, mas porque a sua promoção não pode ser imposta por decreto e apenas para um sistema específico. Se querem promover o uso dos genéricos devem apostar na sensibilização e devem inscrever isso na política nacional do medicamentos e para todos", salientou.

O sindicalista defendeu que não se pode esperar que os doentes troquem, de um momento para o outro, os medicamentos de uma vida e que é preciso ter em conta que a adesão aos genéricos mexe com "fatores psicológicos" e com uma "questão de confiança", que vão surgindo "gradualmente".

No que concerne à comparticipação, vincou que em causa não está um benefício, mas sim um direito para o qual os trabalhadores sempre descontaram, pelo que os reformados não aceitam que o pagamento passe a ser feito pelo preço de referência, com os utentes a pagarem o remanescente.

"A nossa luta tem que ser pela alteração deste decreto-lei porque mesmo que agora ainda não estejam a pôr em prática essas indicações, podem fazê-lo a qualquer momento, tirando-nos um direito", apontou.

Luís Garra lançou ainda o desafio aos grupos parlamentares na Assembleia da República para que levem este assunto ao parlamento, de modo a que possa ser aprovada uma recomendação ao Governo.

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