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Portugal Textil
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15 de dez. de 2017
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Regresso à indústria

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Portugal Textil
Publicado em
15 de dez. de 2017

Adalberto e Crispim Abreu fecharam com chave de ouro o périplo pela indústria dos 33 jovens designers europeus que participaram no concurso Porto.ModaPortugal, sob a chancela do CENIT.


Foram três dias intensos, preenchidos e bastante elucidativos. Entre as visitas às fábricas e a preparação do desfile dos mais de 90 coordenados, a comitiva de designers e jornalistas internacionais regressou a casa com a mala recheada de conhecimentos e experiências sobre a indústria têxtil portuguesa.

A arte de estampar

A primeira paragem do último dia foi na Adalberto, a pioneira nacional em estamparia digital, mas também com créditos firmados na estamparia convencional e na tinturaria. O propósito da visita foi desvendar cada processo integrante da linha de produção e explicar o funcionamento das máquinas, que para muitos se traduziu no primeiro contacto com a indústria.

«Aquilo que verifiquei é, realmente, o quão importante é este tipo de iniciativas porque a grande maioria dos estudantes tem a teoria, mas há uma distância brutal em relação àquilo que é a prática. Daí a importância desta proximidade de quem tem a informação de base teórica ver na realidade como as coisas funcionam», afirmou Paulo Renato, COO da Adalberto, ao Portugal Têxtil.

A «segunda melhor estamparia digital do mundo», de acordo com o COO, conta com uma equipa de designers de moda e gráficos que espelham o forte investimento na componente criativa e de desenvolvimento do produto por parte da empresa.

«A ligação entre a indústria e as áreas de formação, nomeadamente da área de design, é para nós fundamental porque temos vindo a apostar bastante na área criativa. É uma das ferramentas importantíssimas para o futuro da indústria em Portugal e para nós em particular, por isso estamos abertos a receber este tipo de iniciativas», destacou Paulo Renato.

Malhas de A a Z

A aula prática prolongou-se até às instalações da Crispim Abreu que, à exceção da fiação, encerra dentro de portas processos produtivos, da tricotagem à confeção, passando pela tinturaria, lavandaria e estamparia digital.

Crispim José Abreu, a segunda geração da empesa familiar, salientou a importância da conformidade entre o processo de produção e a sustentação criativa, assinada por uma equipa de 9 designers gráficos e de moda e um departamento externo em regime de exclusividade.

«Acho muito importante este contacto com o trabalho, porque às vezes o designer cria e cria bem, mas esquece-se do processo de fabrico e os processos de fabrico são fundamentais na indústria. Na indústria há todo um processo que é preciso estar sensível a ele, é quase tudo concretizável, mas de que forma e até que ponto é que é ou não plausível de se fazer», sublinhou Crispim José Abreu.

Na hora da partida

A palavra de ordem do dia foi «surpresa», referida várias vezes pelos jovens designers europeus que se mostraram arrebatados tanto pelas estruturas que suportam as fábricas como pelo contacto direto, para muitos uma estreia, com os processos.

«Foi a minha primeira experiência [com a indústria]. Vimos coisas muito diferentes e muito interessantes, com imenso potencial para o futuro. Atualmente, sou designer de acessórios para uma marca alemã e produzimos na Roménia e também noutros países da Europa, o que é muito importante para nós, por isso, talvez haja possibilidades de começar a trabalhar também com Portugal», confessou Maria Stelmakh, designer licenciada pela Akademie Mode de Design München, na Alemanha, já com experiência acumulada em competições de design.

Pelo contrário, Belén Estevez, designer do instituto Polimoda, em Itália, assumia-se uma novata tanto nas andanças industriais como em por à prova a sua criatividade perante um naipe de jurados internacionais. «Foi uma viagem inesquecível, onde tive oportunidade de partilhar todas estas novas experiências com imensas pessoas de países diferentes», reconheceu Belén Estevez.

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