Estela Ataíde
8 de mar. de 2023
Repercussões do caso Kanye West continuam a afetar a Adidas
Estela Ataíde
8 de mar. de 2023
A Adidas indicou na quarta-feira que irá reduzir o seu dividendo de 2022, já que a separação do rapper e criador de moda Kanye West poderá resultar este ano na sua primeira perda anual em 30 anos. A marca desportiva alemã vai propor para 2022 um dividendo de 0,70 euros por ação na sua assembleia geral de 11 de maio, contra um valor de 3,30 euros por ação pago para 2021.

Na Bolsa de Frankfurt, as ações da Adidas caíram 1,14% para 142,80 euros.
Em outubro, a Adidas colocou a sua parceria com Kanye West sob revisão, após declarações polémicas do rapper.
O grupo alertou no mês passado que não vender o stock existente de roupas da marca Yeezy reduziria a sua receita em cerca de 1,2 mil milhões de euros em 2023 e o seu lucro operacional em cerca de 500 milhões de euros.
O grupo poderá mesmo registar um prejuízo operacional de 700 milhões de euros se decidir definitivamente não comercializar mais produtos Yeezy no futuro.
“2023 será um ano de transição para construir a base para 2024 e 2025”, declarou o CEO Bjorn Gulden em comunicado na quarta-feira. "Precisamos de reduzir os stocks e os descontos. Assim, poderemos começar novamente a construir uma atividade rentável em 2024."
O fim das restrições relacionadas com a pandemia de Covid-19 na China deverá impulsionar as vendas das grandes marcas de retalho para as quais a China é um mercado chave. Mas, para a Adidas, esse impulso será provavelmente anulado pelo impacto dos contratempos com a Yeezy, o que tornará difícil competir com as rivais Nike e Puma.
Analistas da Wedbush que acompanham os lançamentos de novos sneakers declararam que a Nike provavelmente conquistará participação de mercado da Adidas na ausência de novos modelos Yeezy.
De referir ainda que a saída do antigo diretor-geral Kasper Rorsted custará à Adidas cerca de 16 milhões de euros, segundo um relatório anual publicado esta quarta-feira.
O dirigente, que deixou a marca alemã em novembro, quase quatro anos antes do fim do seu contrato, vai receber uma indemnização de 12 milhões de euros. Além disso, vai receber 3,6 milhões de euros de indemnização por não ingressar num concorrente nos próximos 18 meses, bem como o restante salário de cerca de 300 mil euros referente aos meses de novembro e dezembro.
Com Reuters
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