Reuters
31 de ago. de 2016
Resultados da Chanel despencam em 2015
Reuters
31 de ago. de 2016
A Chanel não foi poupada pelos ventos contrários que sopram no mercado mundial do luxo vendo seus resultados despencarem em 2015, segundo os números apresentados à câmara de comércio de Amesterdão.

Depois de anos de avanço contínuo, a emblemática marca dos dois "C", que se encontra entre as principais grifes mundiais do luxo, acusa uma brutal desaceleração em um mercado que sofre com a queda do turismo na Europa depois dos atentados que atingiram França e Bélgica, do apagão do mercado de Hong Kong ou das recessões russa e brasileira.
As vendas da Chanel International BV, cuja base comparativa não está exatamente clara, caíram 17%, chegando a 6.240 milhões de dólares (5.600 milhões de euros), no ano passado, e o resultado operativo mergulhou 23%, indo a 1.600 milhões (1.440 milhões de euros), com uma margem em queda em 25,7% face aos 27,6% um ano mais cedo, de acordo com o documento apresentado pela holding na Holanda. Quanto ao resultado líquido, este recuou 7%, para 1.340 milhões de dólares.
O grupo, de propriedade dos irmãos Alain e Gérard Wertheimer, não publica nenhum número e se recusa a dar qualquer comentário em seu nível de atividade.
Os dados publicados em Amesterdão não dão precisões sobre a base exata de consolidação e não levam em conta, segundo alguns especialistas do setor, o conjunto das atividades mundiais da grife.
Eles não levariam assim em conta atividades de perfumes e cosmética, cujas vendas recuaram mais de 21%, chegando a 2,600 milhões de euros, em 2015, segundo documentos apresentados na secretaria do tribunal de Nanterre.
Para relançar seu célebre Nº5, destronado do pódio dos perfumes mais vendidos no mundo, a marca se prepara para lançar, dentro de alguns dias, uma nova versão da sua fragrância criada em 1921, batizada de "Nº5 L'eau" e destinada a seduzir as jovens gerações.
Outros perfumes da marca continuam, no entanto, como 'best sellers' mundiais. Coco Mademoiselle tornou-se o perfume feminino mais vendido no mundo, à frente do J'Adore da Dior (grupo LVMH) e La Vie est Belle da Lancôme (L'Oréal). Para os masculinos, Bleu de Chanel ocupa a primeira posição do pódio mundial, à frente de Acqua di Gio da Armani (L'Oréal) e One Million da Paco Rabanne (Puig).
No início de janeiro, Chanel demitiu sua diretora-geral Maureen Chiquet por "divergências estratégicas", e Alain Wertheimer assumiu diretamente as rédeas do grupo. Alguns observadores estimam que ela cometeu erros estratégicos expondo a grife ao risco de banalização, evocando, entre outras coisas, um aumento da exposição da Chanel à clientela chinesa. Outros pensam que ela sofreu sanção pelos contra desempenhos do grupo no ano passado.
© Thomson Reuters 2023 Todos os direitos reservados.